São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2004

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PAINEL

Circo armado 1
Em São Paulo, a caminho do Paraguai, Lula conversou com Márcio Thomaz Bastos sobre a crise provocada pela batida da Polícia Federal na sede da Caixa. Jorge Mattoso ameaçava pedir demissão se a PF não devolvesse parte do material apreendido.

Circo armado 2
A pressão de Mattoso sobre o Planalto foi encampada pelo PT, mas pegou mal até em setores do governo, por deixar a impressão de empenho em abafar a apuração do caso Waldomiro.

Vida ingrata
Apanhado de calças curtas quanto à blitz na Caixa, o PT se voltou contra Paulo Lacerda. Reclama que o diretor-geral da PF não controla os subordinados. Até recentemente, o partido o elogiava por operações como Anaconda e Vampiro.

O filho é teu
O Ministério da Justiça empurra para a Controladoria Geral da União a responsabilidade pela proposta de proibir funcionários públicos de dar informações à imprensa sobre investigações em andamento. E nada fará para que a idéia sobreviva.

Banco de idéias
Depois de dar uma força para a compra da nova sede petista, o BB patrocinará um treinamento para relações com a mídia que a Secretaria de Comunicação de Governo oferecerá a ministros. Já há oito interessados.

Problema dele
Em Rondônia, Lula fez de conta que não ouviu o festival de vaias a Ivo Cassol (PSDB) durante visita a um assentamento. O presidente limitou-se a bater (poucas) palmas ao final do discurso do governador.

Outro lado
Anthony Garotinho (PMDB), ex-governador e secretário de Segurança do Rio de Janeiro, nega ter manifestado interesse em comprar o jornal "O Dia".

Know-how
Homem de mil e uma utilidades no governo do irmão Luiz Antônio Fleury em São Paulo, Frederico Coelho Neto, o Lilico (PTB), está sendo igualmente prestativo na campanha de Marta Suplicy. Sua especialidade é o contato com empresários.

Sob nova direção
Ao assumir o comando do marketing de Luiza Erundina, Orestes Quércia (PMDB) ganhou palanque eletrônico para seu projeto de disputar o governo do Estado em 2006.

A mil
O PC do B segue em alto estilo. Em sintonia com a temporada de Agnelo Queiroz a bordo do "Queen Mary 2" e o jantar partidário no clube de golfe de Brasília, Nádia Campeão promoveu sua candidatura a vereadora paulistana no Leopoldo, em evento a R$ 1 mil por cabeça.

Bonde andando
O TRE acatou representação do PFL e cassou a candidatura tucana em Sorocaba (SP) por considerar que Luiz Leite infringiu a lei ao participar de inauguração de obra da prefeitura. O vice da chapa do PSDB, Vitor Lippi, deverá encabeçá-la agora.

Senador solidário 1
Suplente de Amir Lando, Mario Calixto Filho (PMDB) doou metade do seu primeiro salário como senador, cerca de R$ 6.000, ao sindicato dos jornalistas de Rondônia para "ajudar profissionais da mídia necessitados de assistência jurídica". Ele é dono do "Estadão do Norte".

Senador solidário 2
Calixto Filho havia perdido os direitos políticos e sido afastado do Senado após condenação por desvio de R$ 1,48 mi. O dinheiro teria sido usado para pagar publicidade do governo de Rondônia. O TSE anulou a decisão.

TIROTEIO

Do senador Cristovam Buarque (PT-DF), sobre o veto de Lula ao "Choque Social para Proteção da População de Baixa Renda", proposto pelo parlamentar e aprovado na LDO:
-Foi um choque para mim. Eu havia recebido a garantia do Aloizio Mercadante [líder do PT] e do Marcos Lisboa [secretário de Política Econômica]. Em troca, fui para o meio dos estudantes defender o mínimo de R$ 260. Como fico agora?

CONTRAPONTO

Canção de protesto

Em seu último mandato como deputado federal, o tucano Franco Montoro (1916-1999) ligava freqüentemente para o Palácio dos Bandeirantes, à época comandado por Mário Covas.
Ex-governador, Montoro sabia que seu companheiro de partido, morto em 2001, não podia atender a todos e, exceto nos casos mais urgentes, procurava o vice, Geraldo Alckmin, que havia se iniciado na política no grupo do então deputado.
Alckmin orientou a secretária a não deixar o governador esperando na linha. Certa vez, no entanto, a moça se descuidou. Quando depois de alguns minutos o vice atendeu, ouviu uma bronca e, imediatamente, passou a pedir desculpas.
-Eu estou bravo não é pela demora. É porque fiquei ouvindo música americana ao telefone. Isso é um absurdo!
Desde então, a espera telefônica do palácio só toca MPB.


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