|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SOMBRA NO PLANALTO
Juíza deu ordem após apreensão considerada abusiva pelo banco
PF só devolve papéis à Caixa após 1 dia
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de a Polícia Federal permanecer por mais de 28 horas
com os discos rígidos de computadores da Caixa Econômica Federal, o delegado Antonio César
Nunes devolveu o material ao
banco no início da noite de ontem, conforme determinação da
Justiça, em novo despacho.
A juíza Maria de Fátima Pessoa
Costa negou pedido de reconsideração feito por Nunes, justificando que não era "necessário" manter os equipamentos com a PF.
O PT divulgou nota repudiando
a ação da PF, solidarizando-se
com a Caixa e atribuindo o episódio a "setores" da PF. Filiado ao
PT, Mattoso foi indicado pela prefeita Marta Suplicy (SP) à função.
O banco, também em nota, classificou de "excesso de autoridade e
comportamento desrespeitoso" a
atitude do delegado.
Segundo apurou a Folha, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz
Bastos, descartou em um primeiro momento a troca do delegado,
que investiga a conduta de Waldomiro Diniz, ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil. Na avaliação de Bastos, o afastamento agora poderia dar a impressão de que o governo não
quer investigar Waldomiro.
Ontem o ministro monitorou o
caso. Manteve conversas com o
diretor da PF, Paulo Lacerda, e
com Mattoso, a quem prometeu
que iria "tomar providências".
Lacerda ficou mais de uma hora
ao telefone com Nunes. O diretor
ficou satisfeito com a explicação
técnica dada pelo delegado, mas
criticou a falta de experiência em
lidar com a questão.
Em nota, a PF informou ontem
que não houve "recusa" do delegado em entregar o material, pois
o pedido de reconsideração teria
sido feito "em tempo hábil".
Planalto
Além da relutância em devolver
os discos, Nunes também solicitou à juíza a realização de buscas
no Planalto, onde Waldomiro trabalhava. Até a conclusão desta
edição, a PF não havia confirmado se tais buscas serão realizadas.
Anteontem, a PF apreendeu
discos rígidos, agendas, documentos e computadores na sede
da Caixa, em Brasília. No mesmo
dia, a juíza determinou a devolução dos discos rígidos, mas a PF
preferiu pedir que a decisão fosse
reconsiderada, argumentando
que os registros importantes na
Caixa são feitos em meio eletrônico, não em papel. Daí a necessidade de manter os discos rígidos.
A juíza rebateu dizendo que as
agendas "podem ser obtidas nas
próprias dependências da empresa pública, com o acompanhamento de seus técnicos".
Texto Anterior: Relator da CPI suspende as investigações e lacra papéis Próximo Texto: Genoino diz que há setores da PF "sem controle" Índice
|