São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2004

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ELEIÇÕES 2004

A quatro dias do início do horário eleitoral, ex-governador troca coordenador de comunicação do PSB por marqueteiro de sua confiança

Quércia intervém na campanha de Erundina

RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do PMDB paulista, Orestes Quércia, fez uma intervenção na campanha de Luiza Erundina (PSB) para a Prefeitura de São Paulo e tirou a propaganda das mãos do PSB para entregá-la a gente de sua confiança.
Ivan Seixas perdeu o cargo de coordenador de comunicação para o marqueteiro Toni Cotrim, que foi da equipe de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em 1989 e 1998 e cuidou da campanha de Quércia, em 2002, para o Senado.
"Se foi intervenção, foi uma intervenção do PMDB para assumir responsabilidades", diz Quércia.
O ex-governador evita falar em cifras, mas diz que ele próprio deve bancar a contratação do marqueteiro. Ele pretende ainda escolher uma empresa para cuidar do relacionamento da candidata com a imprensa. Nesta semana, o grupo que fazia esse trabalho deixou a campanha porque não recebia havia dois meses.
Junto com Seixas, caiu o coordenador político da campanha, Carlos Eugênio Coelho da Paz. Foi substituído por James Lewis, da Executiva Nacional do PSB.
Erundina diz que a decisão foi sua: "Essa história de que o PMDB tomou as rédeas não existe. Foi iniciativa minha. Os dois estavam resistindo a fazer um trabalho integrado com o PMDB".
Quércia abandonou o comportamento discreto que vinha adotando por temer que nem o horário eleitoral impulsionasse a ex-prefeita, que tem como vice o peemedebista Michel Temer. "O PMDB entrou para ganhar. Foi por isso que desistimos da candidatura própria", afirma Quércia.
Na pesquisa Datafolha feita nesta semana, Erundina aparece em quarto lugar, com apenas 7% das intenções de voto. O fraco desempenho se reflete no caixa da candidatura, que oficialmente ainda não recebeu nenhuma doação.
Quércia avaliou que os gastos com a propaganda estavam elevados demais, em razão do aluguel de muitos equipamentos de TV e rádio e da contratação de cerca de 40 pessoas. Estima-se que a dívida esteja próxima dos R$ 700 mil. A primeira tarefa de Toni Cotrim é reduzir a equipe pela metade.
A mudança, a poucos dias do início do horário eleitoral, na terça-feira, deve ser grande. Ivan Seixas repetia que não usaria "técnicas de marqueteiros para vender Erundina". Seu substituto pensa diferente. "Não dá para conceber uma campanha sem marketing eleitoral", afirma Cotrim.


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