|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONTAS PÚBLICAS
Senador prepara pacote para regulamentar cobranças
Após pregar calote, ACM
sugere lei de precatórios
da Sucursal de Brasília
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
deverá propor um pacote de medidas legislativas para tentar acabar com os precatórios bilionários (dívidas resultantes de decisões judiciais) no país.
O pacote de ACM é uma tentativa de dar tintas legais à proposta
de calote que o senador fez nesta
semana. Ele havia defendido o
não-pagamento das dívidas em
alguns casos, dizendo que elas poderiam quebrar Estados.
Dante de Oliveira, governador
tucano de Mato Grosso, já disse
que não tem como pagar seus
precatórios.
Apesar de defender o calote, o
que foi criticado por diversos advogados, ACM havia ressaltado
que iria procurar meios legais para mudar a legislação atual -o
que não resolve os problemas de
casos já julgados.
O projeto deve mexer principalmente na legislação que rege as
desapropriações, para evitar indenizações acima dos preços de
mercado, correção monetária das
indenizações e cobrança de juros
compensatórios, de juros moratórios e de juro sobre juro.
Além dessas medidas, que visam impedir futuras cobranças
judiciais consideradas absurdas,
ACM deverá propor também o
parcelamento dos atuais precatórios de valores altos.
A idéia é permitir que esses precatórios sejam pagos em dez ou 15
anos, em parcelas anuais.
ACM encomendou à sua consultoria jurídica estudo sobre as
alterações legislativas que precisam ser feitas. Na próxima semana, seus assessores deverão se
reunir com técnicos da Presidência da República, que também estão examinando o assunto e buscando soluções para o problema
dos precatórios.
A consultoria legislativa do Senado propõe a suspensão de todos os processos judiciais de desapropriação em andamento, até
que as distorções na legislação sejam corrigidas.
Segundo diagnóstico dos assessores de ACM, falta regulamentação da atividade dos peritos, que
hoje fazem avaliação dos bens desapropriados sem ter qualificação
mínima. Eles defendem lei específica para fiscalizar e controlar a
atividade.
Propõem a instituição de um
cadastro único de imóveis, de âmbito nacional. Segundo o estudo, a
situação de propriedade no país é
"caótica" porque vários órgãos
públicos fazem cadastro de imóveis, não havendo comunicação
entre eles.
Outro problema apontado é o
fato de as terras públicas não serem registradas em cartório (a
propriedade é garantida pela
Constituição). Há vários casos de
terras e imóveis urbanos de propriedade do próprio Estado que
são desapropriados, com pagamento de indenização a grileiros e
posseiros, como se fossem os proprietários.
A consultoria legislativa propõe
alteração dos critérios de avaliação dos imóveis previstos na lei
número 8.629/93 (lei que regulamenta as desapropriações por interesse público) para evitar a indenizações acima dos preços de
mercado.
Os assessores propõem alterar o
artigo 12 da lei complementar número 76, de 93, que permite a correção monetária da indenização
até a data do pagamento, já que o
Plano Real acabou com a correção monetária.
Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Para senador, popularidade de FHC subirá Índice
|