São Paulo, Sábado, 14 de Agosto de 1999
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Banco oferecerá R$ 7,1 bilhões para o financiamento da safra

da Sucursal de Brasília

O Banco do Brasil pretende destinar R$ 7,1 bilhões ao financiamento da safra agrícola de 1999/ 2000. Os empréstimos terão um subsídio do Tesouro Nacional calculado em R$ 600 milhões.
Segundo o diretor de negócios rurais do BB, Ricardo Conceição, nesta segunda as agências do banco já terão R$ 845 milhões.
O dinheiro faz parte do plano de safra anunciado pelo Ministério da Agricultura, que destinará R$ 13,1 bilhões ao crédito agrícola. O BB responderá por R$ 7,1 bilhões.
Nem sempre os recursos anunciados pelo governo são efetivamente repassados. Na safra passada, o Ministério da Agricultura anunciou a destinação de R$ 11 bilhões, mas foram liberados R$ 7,6 bilhões. O BB respondeu por R$ 6,051 bilhões (80%).
Os subsídios serão concedidos para cobrir diferenças entre custos de captação e de empréstimo.
A maior parte dos empréstimos rurais é concedida com juros anuais prefixados de 5,75%, para quem obtém renda bruta agrícola anual de até R$ 27,5 mil, e 8,75%, para renda acima daquele valor.
O BB paga juros altos para captar em duas fontes: caderneta de poupança e FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador).
O BB pretende usar R$ 1,6 bilhão em recursos do depósito compulsório que o banco é obrigado a fazer no BC sobre parcela dos depósitos em poupança.
Quando esse dinheiro fica retido no BC, o banco recebe sobre eles uma remuneração equivalente à da caderneta. Ao emprestar para a agricultura, o BB recebe menos que na poupança.
Os financiamentos com recursos do FAT (R$ 2,05 bilhões) são concedidos em duas linhas: o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e o Proger (Programa de Geração de Emprego e Renda).
Para usar esses recursos, o BB paga ao FAT a variação da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), hoje em 13,48% anuais. Ao conceder os empréstimos ao pequeno agricultor, o BB cobra juros de 5,75% anuais. A diferença é coberta por subsídios do Tesouro.
Não haverá subsídios do Tesouro para cerca de R$ 1 bilhão que o BB pretende destinar à agricultura com recursos dos depósitos à vista. Se não fossem emprestados à agricultura, os recursos ficariam retidos no BC sem remuneração.
Conceição disse que pretende aplicar na agricultura recursos captados por meio de linhas externas, mas não revelou o valor. Na safra passada, quase não houve esse tipo de financiamento.
O diretor do BB disse ainda que os empréstimos agrícolas concedidos a partir de 1995 têm inadimplência de cerca de 1,5%.


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