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São Paulo, domingo, 14 de setembro de 2003

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PAINEL

Duas fases
Lula pretende fazer no final de outubro somente modificações pontuais em seu ministério. Apenas para dar abrigo ao PMDB. A reforma propriamente dita deverá ficar para o início de fevereiro. Quando deverá fundir pastas e fazer alterações mais profundas em sua equipe.

Motivo de preocupação
Preocupados com o andamento das reformas tributária e da Previdência, líderes petistas do Congresso defendem que Lula arranje já em setembro duas cadeiras para o PMDB na Esplanada. José Dirceu (Casa Civil) tem opinião semelhante.

Fila de espera
Crentes de que Cristovam Buarque (Educação) está na lista de demissões de Lula, petistas já se movimentam para tentar sucedê-lo. São os caso de Tarso Genro e de Newton Lima, reitor da Universidade Federal de São Carlos. O PMDB, para variar, também está de olho no cargo.

Só para saber
Ao recolher assinaturas no Senado para suas emendas à reforma da Previdência, Heloísa Helena (PT) tem feito a seguinte pergunta aos colegas: "Se você ganhar algum ministério, vai mandar retirar a assinatura?".

Jornalismo incomoda
Assessores de imprensa da Esplanada têm reclamado que repórteres da Radiobrás estão sendo muito "incisivos" em entrevistas com ministros, os colocando em situações delicadas.

Pela notícia
A reclamação dos ministérios foi discutida dias atrás em reunião da Radiobrás. Mas Eugênio Bucci, diretor da empresa, nega que esteja sofrendo pressão. Diz que não há nada a mudar na linha editorial da Radiobrás.

Mudança partidária
Teresa Jucá, prefeita de Boa Vista (Roraima), trocou o PSDB pelo PPS. Levou consigo pelo menos dez aliados, entre prefeitos e parlamentares.

Mesa redonda
Lula quer se reunir nesta semana com todos os presidentes de partidos aliados para discutir a aprovação das reformas. Só há um dúvida no Planalto: convidar ou não Brizola (PDT).

Risco de prescrição
Ainda não tem relator uma reclamação do Ministério Público Federal contra o desembargador Newton de Lucca, do TRF-SP, por suposta omissão ao não levar a julgamento denúncia contra a juíza Adriana Soveral, acusada de favorecer Maluf.

Haja tramitação
A reclamação contra Lucca foi distribuída ao desembargador Márcio de Moraes, que a remeteu à presidência do TRF-SP. Foi devolvida a Moraes, que se deu por suspeito, e redistribuída para Fábio Prieto. Que também se declarou impedido.

Orelha quente
A Telemar grampeou com autorização judicial 152 telefones nos últimos cinco anos em AL. A empresa confirma a informação em documentos enviados à CPI da Telefonia da Assembléia. Entre os grampeados, estariam políticos e empresários.

Escola carlista?
A Procuradoria Geral de Justiça de Alagoas solicitou à Telemar a lista dos telefones grampeados e abriu inquérito para apurar o caso. Políticos do Estado temem que surja um escândalo semelhante ao dos grampos da Bahia no início do ano.

Sobrenome tucano
Se não formar uma coligação com o PFL, o PSDB poderá lançar a filha de Mário Covas, Renata, como candidata a vice-prefeita de Santos, na chapa do também tucano Rubens Lara.

Eleição municipal
Celso Russomanno assumirá a presidência do PP na cidade de SP. Está de olho na sucessão de Marta. Mas sua candidatura dependerá de Maluf, que, por ora, diz não querer concorrer.

TIROTEIO

Do governador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), sobre as negociações do Planalto para aprovar a reforma tributária:
-O Planalto está conseguindo reavivar o discurso velho e ruim de Estado rico contra Estado pobre.

CONTRAPONTO

Decisão unânime

Na última quarta-feira, mais de 400 deputados permaneceram no plenário até o início da madrugada para que o governo obtivesse quórum para votar os destaques da reforma tributária.
Os governistas conseguiram aprovar modificações acordadas com o PSDB e rejeitar duas emendas: a que propunha o fim da cobrança da CPMF e a que pretendia manter as atuais regras do ICMS.
Na madrugada, o quórum começou a cair. Quando todos estavam esgotados, Augusto Nardes (PP-RS) propôs a Inocêncio Oliveira, que presidia a sessão:
-É insalubre ficar aqui até tão tarde. Vamos todos embora.
-Diante da concordância dos líderes -disse Oliveira- proponho encerrar a sessão. Alguém discorda?
Em uníssono, os parlamentares gritaram:
-Não!
E a votação foi transferida.



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