São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2005

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PAINEL

Porta aberta
Até ontem, a disposição do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) era a de fazer hoje, no plenário da Câmara, um discurso de temperatura elevada, porém não exatamente incendiário. Um discurso de quem ainda não considera tudo perdido.

Tese e antítese
Jefferson passou os últimos dias silencioso além de seu costume. Mais ouviu do que falou. Um recolhimento que o deputado, advogado criminalista, descreve como "estado de júri".

Rede protetora
A TV Câmara não quer saber de encrenca com José Janene (PP-PR), expoente do "mensalão" e dono de grande influência sobre Severino Cavalcanti (PP-PE). Não foram ao ar na emissora as referências do doleiro Toninho da Barcelona ao deputado em seu depoimento à CPI.

Sem-tela
Já Fernando Gabeira (PV-RJ) entrou para o índex da TV Câmara. Algoz de Severino, só ganha algum espaço na emissora nos raros cochilos da assessoria do presidente da Casa.

Resenha crítica
Na fila de embarque Brasília-SP, os pefelistas Everardo Maciel e Guilherme Afif comentavam a ida do coronel que prendeu José Genoino no Araguaia ao depoimento do petista ontem na Câmara. Afif: "Esse coronel é mesmo um incompetente. Não fez o serviço direito lá atrás".

No cabresto 1
Zeca do PT fez almoço em Campo Grande para pedir que prefeitos, vereadores, deputados e ocupantes de cargos de confiança do governo apóiem Ricardo Berzoini, candidato "oficial" à presidência do PT, e Mariano Cabrera, seu nome preferido para a direção estadual.

No cabresto 2
Segundo participantes do encontro, foi claro o constrangimento para que os ocupantes de cargos comissionados trabalhem pela chapa do governador.

Estopim
O principal opositor de Cabrera é Saulo Monteiro, candidato de Delcídio Amaral. Se perder a eleição deste fim de semana, o senador deve romper definitivamente com Zeca e deixar o PT ainda antes do fim do mês.

Muy amigo 1
O PT continua cheio de amor para dar a Antonio Palocci. Revelada a festa da distribuição de passagens aéreas, Tarso Genro correu a dizer que Lula, mais uma vez, de nada sabia. Nenhuma palavra sobre o ministro, igualmente beneficiado com a cortesia do fundo partidário.

Muy amigo 2
O tucano Bresser Pereira, que ao convidar Palocci para fazer palestra na FGV concordou em que o ministro não daria entrevista, sem prejuízo de responder perguntas de jornalistas na platéia, "entregou" o petista à imprensa tão logo este chegou ao local. E ficou ao lado, de guarda.

Discurso 2006
Geraldo Alckmin anuncia amanhã nova rodada de redução de ICMS em São Paulo. Desta vez, micro e pequenas empresas serão as mais beneficiadas. Na festa, não faltarão referências à "fúria arrecadadora" federal.

Filho pródigo
José Alencar enviou sinais ao PMDB de que gostaria de voltar para o partido, ao qual era filiado até 2001, quando foi para o PL, do qual acaba de desembarcar. Não é unânime entre peemedebistas o entusiasmo com a idéia de abrigar o vice de Lula.

Visita à Folha
Ricardo Santos Neto, criador e principal acionista da Fispal (Agência Internacional Privada de Desenvolvimento do Mercado de Alimentos), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Flávio Corrêa, presidente-executivo da Fispal, e de José Miguel, diretor da assessoria de imprensa Mais Comunicação.

TIROTEIO

Do deputado Chico Alencar (PT-RJ) sobre o encontro reservado entre o ministro Jaques Wagner e Severino Cavalcanti:
-Foi uma temeridade. Tanto que nenhum dos dois pôde revelar o teor da conversa.

CONTRAPONTO

O preço da fama

Há poucos dias, enquanto jantava com a mulher no Rio de Janeiro, José Carlos Aleluia (PFL-BA) foi abordado por várias pessoas que lhe perguntaram sobre a situação na Câmara.
Diante da encrenca de Severino Cavalcanti (PP-PE), vários freqüentadores do restaurante manifestaram apoio à eventual candidatura do líder da minoria.
Animado com a boa recepção fora de sua base eleitoral, o deputado sugeriu a sua mulher:
-Vamos voltar para o hotel a pé. Quero sentir o clima da rua.
Ela, que usava jóias, objetou:
-Melhor não, tenho medo.
-Tire as jóias e vamos!-, ponderou Aleluia animado.
O garçom se prontificou a conseguir um táxi para o casal. Para recusar, Aleluia alegou que estava sem dinheiro. Foi então que a súbita popularidade mostrou um inconveniente:
-Sem problema, deputado. Consigo carona para o senhor!


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