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Seguradora pode ter contribuído com caixa 2
DA REDAÇÃO
A seguradora Interbrasil, investigada pela Polícia Federal, pelo
Ministério Público de dois Estados e pelo Ministério Público Federal, pode estar envolvida em
um esquema de caixa 2 do PT de
Goiânia, segundo reportagem
exibida ontem pelo "Jornal Nacional".
A empresa, que tinha estatais
como clientes, teria feito contribuições não registradas para a
campanha de Pedro Wilson, candidato petista à prefeitura de
Goiânia em 2004, segundo a reportagem. Entre os clientes da seguradora, registrada na Junta Comercial de São Paulo em 2002, estavam as usinas nucleares Angra 1
e 2 (cobertura de R$ 2,5 bilhões), a
Companhia Energética do Paraná
(R$ 1,2 bilhão) e a Companhia
Energética de Goiás (R$ 1 bilhão).
O suposto esquema envolveria,
além da Interbrasil, Ademar Palocci, irmão do ministro Antonio
Palocci (Fazenda), ex-secretário
de Finanças da Prefeitura de
Goiânia e atual diretor de engenharia e planejamento da Eletronorte.
André Marques da Silva, presidente da seguradora, disse na reportagem que se encontrava com
Ademar Palocci para tentar obter
dicas sobre onde poderia investir.
"Ele me falou: "Na área do Norte,
os investimentos são mais focados no Tocantins"." E continuou:
"A gente procurava estar inserido
[...] para sair à frente para poder
buscar nosso mercado".
Questionado se teria financiado
campanhas políticas, Silva negou,
para logo depois voltar atrás e
afirmar ter contribuído com a
campanha de Pedro Wilson. Segundo a reportagem, porém, nem
o nome de Silva nem o de sua empresa aparecem na prestação de
contas de campanha do PT.
Em 2004, a Interbrasil foi acusada pelo IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) de assegurar contratos usando documento falso e
de emitir apólices irregulares para
a Companhia Energética de
Goiás. Em 18 de agosto deste ano,
a Susep (Superintendência de Seguros Privados, do Ministério da
Fazenda) liquidou a empresa, depois de receber denúncias de irregularidades.
O empresário Wellington José
Jorge, de Goiânia, disse que a empresa lhe deve R$ 225 mil por serviços prestados à campanha de
Pedro Wilson. A reportagem
mostra ainda uma troca de e-mails entre o dono da Interbrasil e
seu irmão, Claudio, proprietário
de uma gráfica em Goiânia. Nas
mensagens, Claudio pede ao irmão que pague Jorge e diz que o
pedido foi feito por Palocci -o irmão do ministro.
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