São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2005

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TODA MÍDIA

Nelson de Sá

Lula lá

A BBC Brasil segue Lula até Nova York.
Lá, "vai defender o combate à fome na ONU". Mas, destaca outra reportagem, "a América Latina vai desunida à reunião", sobretudo quanto ao Conselho de Segurança.
Lula, ainda assim, vai respirar por lá. Em editorial, o "New York Times" louvou ontem, desde o título, "Uma Amazônia mais saudável".
Era referência à confirmação de que "a queima da Amazônia diminuiu" à metade:
- Isso mostra que, quando o governo exibe vontade política para proteger a Amazônia, ele consegue fazê-lo.
E viva Marina:
- Liderado por Marina Silva, a ministra do Meio Ambiente que um dia foi seringueira, o país começa a impor autoridade em áreas da floresta que sempre foram sem lei.

 

O editorial prosseguiu, mas havia mais no "NYT", na coluna de Nicholas Kristoff.
Sublinhando que a reunião de governantes na ONU visa ajudar "pobres do mundo", atacou a "assembléia de hipócritas". Mas "com exceções":
- Alguns países, do Brasil à Indonésia, estão nos trilhos para cumprir com seus objetivos de desenvolvimento.
Mais do "NYT", agora artigo de colaborador:
- A melhor alternativa é abraçar o G4.
Era uma referência à proposta de ampliação do Conselho feita por Alemanha, Japão, Índia e Brasil. Seria a melhor forma de confrontar a China.
Mas os EUA estão longe de "abraçar", segundo reportagem do mesmo "NYT".
 

Lula, do "Jornal Nacional" ao "SBT Brasil", não falou de fome, floresta ou ONU. Da Guatemala, América Central, comentou a crise sem fim:
- Você não pode mais viver num país em que a minoria tem todos os privilégios e a grande maioria não tem praticamente direito nenhum. Então, não é o Maluf o primeiro, não será o Maluf o último. Todos aqueles que tiverem uma dívida com a sociedade serão investigados e punidos. Isso vale para o mais humilde brasileiro e vale para o presidente da República.

O CHEQUE
Com Sebastião Buani na linha, sua mulher confirma ao "JN" que ele está com o cheque. De Fernando Rodrigues no UOL a Ricardo Noblat no iG, os blogs entraram pela noite anunciando que ele "negocia" o que fazer, mas que Severino já teria sido "abatido"

JUÍZO FINAL
Abrindo a escalada do "Jornal da Band", "Sebastião Buani promete, mas não entrega cheque". Não importa, prosseguiam as manchetes:
- Partidos de oposição querem Severino fora.
No dizer da Globo News, foi "uma grande confusão" o espetáculo de entrega do pedido por Fernando Gabeira, Roberto Freire, até Ronaldo Caiado. PT e PMDB não apoiaram, mas "a ala da esquerda do PT assinou", registrou a Folha Online. Na manchete do Globo Online:
- É dada a largada para tirar Severino.
A "photo op" parou depoimento e deu "largada", mas não só para Severino.
 

O "JN" destacou na sua escalada -e em quase todo o primeiro bloco- uma reportagem que buscou atingir em cheio o ministro Antonio Palocci, ao vincular ações de seu irmão ao caixa dois.
Ainda assim, a CPI dos Bingos, aquela que Franklin Martins chama de CPI do Juízo Final, por tratar de todos os pecados do PT, reais ou imaginários, evitou convocar o ministro da Fazenda. Em compensação, chamou o chefe de gabinete do presidente.

A DESPEDIDA
PFL e PSDB estarão lá e Severino "confirmou que vai presidir". E ontem, noticiou a Band News, "a comissão de Justiça rejeitou o último recurso de Roberto Jefferson para evitar a perda do mandato".
Portanto, hoje vai ser votada a cassação do deputado, que ontem passeava pelo Congresso, anunciando para Globo, Record, CBN, até à agência Reuters, o que pode constar de seu discurso de despedida. O destaque geral foi para a ironia de Jefferson:
- Vou falar bem do presidente e de seu núcleo duro.
Quer dizer, o discurso "passa por ele", Lula. Mas num segundo passeio de Jefferson pela Câmara, mais à noite na Folha Online, voltou o suspense:
- Ele [Lula] é um homem de bem. Acho que entregou o governo em mãos erradas.
@ - nelsondesa@folhasp.com.br

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