|
Texto Anterior | Índice
NOVO ENDEREÇO
Advogados vêem retaliação da PF às notícias de supostas regalias
Pai e filho vão para cela comum
DA REPORTAGEM LOCAL
Presos desde a madrugada de
sábado na carceragem da Polícia Federal, Paulo Maluf e o filho
Flávio foram transferidos na
noite de anteontem para uma
cela comum de 12 metros quadrados que eles dividem com
mais um preso.
A transferência provocou a irritação de advogados e dos próprios réus, que viram na medida
uma retaliação da Polícia Federal às notícias de supostas regalias aos presos.
Antes, o ex-prefeito e o filho
Flávio estavam em salas separadas, sem grades, com porta de
madeira, cama com estrado, cadeira de madeira e banheiro privativo. Essas salas eram usadas
pela administração da carceragem, mas foram adaptadas para
receber o ex-prefeito.
Com a decisão da PF, Maluf e
filho passaram a dividir uma
mesma cela, de 12 metros quadrados, com um outro preso
-cuja identidade é mantida
sob sigilo.
A cela que ocupam tem uma
arquitetura padrão. Com grades
e câmeras de vídeo, tem três camas de alvenaria com um colchão, uma mesa com bancos
também de alvenaria e uma
cloaca no canto da cela. O chão é
de cimento queimado.
Como Maluf e o filho têm curso superior, só podem ser presos com alguém na mesma condição.
O diretor-geral da PF, Paulo
Lacerda, determinou a abertura
de uma sindicância para apurar
as supostas regalias a Maluf. No
início da prisão dele, as informações dadas pela PF em São
Paulo foram contraditórios.
Hoje dizem que não podem revelar sobre a prisão.
Rocha Mattos
Originalmente as salas ocupadas pelos Maluf foram construídas para serem usadas pela administração da custódia. Foram, no entanto, transformadas
em "celas" pelo juiz federal João
Carlos da Rocha Mattos, que, ao
ser detido na Operação Anaconda, disse que tinha direito a uma
cela especial.
Rocha Mattos permaneceu algumas semanas na sala, até que
o Ministério Público protestou e
obrigou a transferência dele para uma cela comum, como de
fato ocorreu. Na última semana,
as salas foram novamente adaptadas para receber Maluf e filho.
O dia
Segundo os advogados, Flávio
é que tem sofrido mais na prisão. Mais magro, abatido e com
olheiras, o filho do ex-prefeito
diz ter dificuldades para dormir
e para comer. Seus defensores
querem uma autorização especial para levar comida para ele.
A mulher de Flávio, Jacqueline, foi ontem à prisão. Na saída,
disse estar solidária às mulheres
que enfrentam o mesmo problema. "Não é uma situação fácil. Vocês também podem passar um dia por isso", disse, dirigindo-se a jornalistas.
Texto Anterior: Juíza determina à PF igualdade de tratamento Índice
|