JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

Um adolescente de 17 anos foi preso na noite de anteontem em Porto Velho (RO) sob a acusação de ser o autor dos disparos que mataram no sábado o sertanista e ex-presidente da Funai (1985-1986) José Apoena de Souza Meireles, 55. Ao depor, o estudante confessou a autoria do crime, disse o diretor-geral da Polícia Civil de Rondônia, Carlos Eduardo Ferreira. O assassinato ocorreu durante uma tentativa de assalto num caixa eletrônico do Banco do Brasil, na noite de sábado,
A funcionária da Funai (Fundação Nacional do Índio) Cleonice Alves Mansur, que estava com o sertanista no momento do crime, reconheceu o acusado como sendo o homem que havia disparado duas vezes contra Apoena.
A polícia localizou o adolescente após acompanhar os extratos de ligações do telefone celular de Apoena, que foi roubado no assalto. Outras duas pessoas foram detidas acusadas pela polícia de receptação, pela compra do celular.
A Agência Folha não conseguiu localizar os pais nem o advogado do garoto ontem. À polícia, o estudante, filho de uma família de classe média e sem antecedentes criminais, relatou que não sabia que havia matado o sertanista. Ele só teria ficado sabendo disso após ver reportagens na TV.
Segundo o adolescente, momentos antes do assalto ele havia bebido pinga com um homem identificado até agora como "Chiquinho", que teria lhe emprestado a arma usada na morte de Meireles, um revólver calibre 38.
Ainda de acordo com informações prestadas pelo adolescente à polícia, ele acabou atirando em Meireles após o sertanista ter reagido à tentativa de assalto.
"Para a polícia, o criminoso disse que quis praticar o assalto em razão de seus pais não terem lhe dado dinheiro para sair na noite de sábado", informou Ferreira.
Na casa do jovem, a polícia encontrou uma calça com manchas de sangue e a bicicleta, que teria sido usada na fuga. A polícia continua à procura da arma utilizada no crime. O adolescente foi encaminhado ao Centro da Infância e da Juventude.


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