São Paulo, quinta-feira, 14 de outubro de 2004

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STJ critica sigilo em investigação que envolve juiz

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma nota aprovada pelos presidentes dos tribunais de Justiça dos Estados, no último domingo, que defende o sigilo das investigações judiciais que envolvam magistrados, provocou reação em cadeia dentro do próprio Judiciário.
O primeiro a protestar contra ela foi o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Edson Vidigal. Os presidentes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Roberto Busato, e da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), Grijalbo Coutinho, apoiaram Vidigal. O presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), Jorge Maurique, também criticou o sigilo.
O motivo da reação corporativa dos TJs são medidas recentes tomadas por Vidigal em busca de mais transparência, particularmente a divulgação de levantamento sobre procedimentos contra magistrados e demais autoridades que respondem por crime no STJ.
Há 79 procedimentos contra desembargadores, 28 contra juízes dos tribunais regionais do trabalho e nove contra integrantes dos tribunais regionais federais. Também desagradou aos desembargadores o fato de o STJ divulgar as iniciais dos magistrados sob suspeita. A maioria dos ministros entende que o sigilo deve ser preservado até o recebimento da denúncia (quando a ação penal é aberta).
A Constituição diz que todos os julgamentos dos órgãos do Judiciário serão públicos, mas autoriza a lei a criar exceções se houver interesse público.


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