São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2000

Próximo Texto | Índice

PAINEL


Prestação de contas
Na conversa que teve com Bresser Pereira, seu tesoureiro de campanha, FHC perguntou especificamente sobre a contribuição de R$ 3 mi feita por Andrea Matarazzo (Comunicação de Governo). Bresser afirmou desconhecer a doação. E repetiu explicação de que a planilha divulgada poderia representar "só expectativa de arrecadação".

Deixa que eu deixo
EJ diz não ter perdido "um minuto de sono" por causa da denúncia de que o comitê da reeleição de FHC operou um caixa-dois. "Não tem nada a ver comigo". O ex-ministro subscreve as explicações de Bresser Pereira.

Odisséia tucana
Prevista para ser retomada hoje no Senado, a investigação do caso EJ parou outra vez. Por tempo indeterminado. Seria um prato cheio para a oposição: Eduardo Jorge era o chefe do comitê da reeleição de FHC.

Esconde-esconde
Hoje os senadores ouviriam Jair Bilachi, ex-superintendente da Previ, e Edson Oliveira, antigo sócio de EJ na empresa DTC. Bilachi, encarregado de obter doações na área dos fundos de pensão, está nos EUA. Mas Oliveira se dispôs a comparecer.

Tempos modernos
De um tucano, sobre a planilha com os gastos da campanha de FHC: "Isso que dá trocar o papel de pão pelo computador".

De volta para casa
O governo brasileiro já obteve o OK da chancelaria italiana para a extradição do ex-banqueiro Salvatore Cacciola (Marka). O assunto depende agora de uma decisão da Justiça da Itália. "Não se pode negar o empenho da diplomacia brasileira", diz o procurador Artur Gueiros.

Marcação cerrada
Na prática, Salvatore Cacciola está em liberdade vigiada. Foi obrigado a informar o endereço e é monitorado pela Interpol. Se fugir, passará a ser caçado também pela polícia italiana.

Aval de peso
De Covas (SP), sobre a reclamação do PFL de que a candidatura de Aécio Neves (MG) pode acabar com a aliança governista: "Quando o PSDB postula, a base está ameaçada. Quando nos submetemos, a base vai bem? Vamos parar com isso".


A cidade em primeiro lugar
Pitta proibiu o seu secretário das Finanças, Deniz Ribeiro, de receber João Sayad em seu gabinete. O banqueiro, nome escolhido por Marta para comandar o cofre na sua gestão, telefonara pedindo uma audiência a fim de obter informações sobre a (trágica) situação que vai herdar.


Guerra de picuinhas
O atual prefeito avisou que a transição só começa após conversar pessoalmente com Marta. A eleita pedira uma reunião para a quarta passada. Na última hora, no entanto, optou por ficar mais um dia em um spa. Na sexta, veio o troco: Pitta disse que não tinha como alterar sua agenda para recebê-la.

Déjà vu
Versão petista sobre o motivo de Hélio Bicudo não assumir nenhuma secretaria na gestão Marta: o vice não quis ficar subordinado à eleita. No PT, os dois nunca foram exatamente companheiros de primeira hora.

Onde está Lalau?
Segundo homem na hierarquia da Polícia Federal, Wilson Damázio pregou uma foto de Lalau no meio de um grande mapa do Brasil afixado na parede de sua sala. "Não posso esquecer esse homem", repete. O fracasso da PF na busca do ex-juiz tem tudo para marcar a biografia de José Gregori (Justiça).

Visita à Folha
O governador Anthony Garotinho (RJ) visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Ana Paula Costa, chefe de gabinete, e de Carlos Henrique Vasconcelos, coordenador de comunicação.

TIROTEIO

De Aécio Neves (PSDB), sobre os gastos não declarados da campanha de reeleição de FHC:
- A maior surpresa é do PSDB, que, ao contrário de um superávit de R$ 10 mi, foi comunicado de que havia um débito de R$ 4 mi, que assumiu e está pagando com dificuldade.

CONTRAPONTO

Conversa de sofá
Em meio a uma grande expectativa, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) fez seu discurso contra a corrupção na semana passada na tribuna do Senado.
Em razão das denúncias publicadas contra Jader Barbalho, inimigo de ACM, o PFL apostava que a fala do senador gaúcho acabaria atrapalhando a candidatura do peemedebista à presidência do Senado.
Conhecido pelos longos e ferinos pronunciamentos, Simon foi interrompido depois de quase uma hora por ACM, que presidia a sessão.
- Quero avisar que o senador tem somente mais alguns minutos para concluir seu raciocínio.
- Mas desse jeito, vou ter de cortar os elogios do meu discurso ao senhor - respondeu Simon, carregado de ironia.
ACM não perdeu a pose, retrucando:
- O senhor pode aproveitar seus minutos para isso.


Próximo Texto: Contas da reeleição: Arrecadador de FHC diz que todos têm caixa-dois
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.