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CONTAS DA REELEIÇÃO
Documentos de reportagem sobre planilha também serão requisitados por Brindeiro
Procurador-geral vai pedir prestação de contas ao TSE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, disse ontem que vai solicitar ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a prestação de contas da campanha para a
reeleição de Fernando Henrique
Cardoso, em 1998.
Ele também vai requisitar à Folha os documentos utilizados na
reportagem que trata sobre a planilha secreta com a contabilidade
da campanha de FHC.
Os documentos mostram uma
omissão de doações para a campanha de pelo menos R$ 10,12 milhões.
Segundo o procurador-geral, só
após analisar toda essa documentação, será possível dar um parecer sobre o assunto.
Inquérito
Após analisar a documentação,
o procurador pode ou não pedir a
abertura de inquérito para apurar
as contas da campanha.
Já o Ministério Público informou que as investigações sobre as
contribuições para a campanha
para a reeleição de FHC vão se
concentrar em dois assuntos: a
possibilidade de ter havido sonegação de impostos por parte das
empresas que não declararam
suas doações e possíveis casos de
corrupção.
"Retorno"
"Empresa, quando coloca dinheiro em alguma coisa, quer ter
retorno", afirmou o procurador
Luiz Francisco de Souza.
O procurador Guilherme
Schelb disse que vai pedir informações à Receita Federal para investigar a possível existência de
um caixa-dois nas empresas envolvidas no caso.
Schelb afirmou que o Ministério
Público já possuía uma lista com
cerca de 200 empresas que contribuíram para a campanha de FHC,
mas que as denúncias ainda não
haviam sido investigadas por falta
de tempo.
"É um novo caso EJ (Eduardo
Jorge Caldas, ex-secretário-geral
da Presidência). E nós (do Ministério Público) não damos conta
nem de um", afirmou ele.
Schelb disse que as investigações sobre o caso EJ possuem cerca de 20 ramificações.
Segundo ele, o Ministério Público não tem condições de investigar todas elas.
O procurador afirmou que uma
parte das investigações será conduzida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas adiantou que,
"em regra, o candidato (FHC) é
responsável" por qualquer irregularidade que tenha havido na
campanha.
Schelb declarou também que
não apenas as pessoas envolvidas
diretamente no caso serão punidas, pois "qualquer um que tenha
colaborado com essas irregularidades está sujeito a punições".
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