São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2000

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CONTAS DA REELEIÇÃO
Documentos de reportagem sobre planilha também serão requisitados por Brindeiro
Procurador-geral vai pedir prestação de contas ao TSE

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, disse ontem que vai solicitar ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a prestação de contas da campanha para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1998.
Ele também vai requisitar à Folha os documentos utilizados na reportagem que trata sobre a planilha secreta com a contabilidade da campanha de FHC.
Os documentos mostram uma omissão de doações para a campanha de pelo menos R$ 10,12 milhões.
Segundo o procurador-geral, só após analisar toda essa documentação, será possível dar um parecer sobre o assunto.

Inquérito
Após analisar a documentação, o procurador pode ou não pedir a abertura de inquérito para apurar as contas da campanha.
Já o Ministério Público informou que as investigações sobre as contribuições para a campanha para a reeleição de FHC vão se concentrar em dois assuntos: a possibilidade de ter havido sonegação de impostos por parte das empresas que não declararam suas doações e possíveis casos de corrupção.

"Retorno"
"Empresa, quando coloca dinheiro em alguma coisa, quer ter retorno", afirmou o procurador Luiz Francisco de Souza.
O procurador Guilherme Schelb disse que vai pedir informações à Receita Federal para investigar a possível existência de um caixa-dois nas empresas envolvidas no caso.
Schelb afirmou que o Ministério Público já possuía uma lista com cerca de 200 empresas que contribuíram para a campanha de FHC, mas que as denúncias ainda não haviam sido investigadas por falta de tempo.
"É um novo caso EJ (Eduardo Jorge Caldas, ex-secretário-geral da Presidência). E nós (do Ministério Público) não damos conta nem de um", afirmou ele.
Schelb disse que as investigações sobre o caso EJ possuem cerca de 20 ramificações.
Segundo ele, o Ministério Público não tem condições de investigar todas elas.
O procurador afirmou que uma parte das investigações será conduzida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas adiantou que, "em regra, o candidato (FHC) é responsável" por qualquer irregularidade que tenha havido na campanha.
Schelb declarou também que não apenas as pessoas envolvidas diretamente no caso serão punidas, pois "qualquer um que tenha colaborado com essas irregularidades está sujeito a punições".


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