São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RUMO A 2002
Petista defende alianças nos Estados e na disputa pela Presidência
Zeca do PT quer chapa com PSDB

CELSO BEJARANO JR.
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O governador de Mato Grosso do Sul, José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, afirmou ontem que vai defender, a partir de agora, uma aliança do PT com o PSDB nos Estados e na disputa à Presidência da República em 2002.
"Primeiro temos de buscar as alianças tradicionais, que é a do PPS, PDT, PC do B, que são do campo progressista. Agora, o PT tinha de sinalizar uma composição com o PSDB. Assim, estaríamos provocando uma mudança histórica, conquistaríamos o Brasil", disse.
Ele passou a semana passada em Brasília, onde buscou o apoio até do senador Antonio Carlos Magalhães, do PFL, cuja corrente ideológica é a que mais se distancia dos petistas.
O governador sul-mato-grossense, em defesa do seu projeto político, minimiza os recentes ataques sofridos por FHC, principalmente por parte da direção nacional do PT.
"Eu tenho um apreço muito grande por ele (FHC). Isso não é novidade. Essa união PT e PSDB é uma opinião minha, claro que tem de ser discutida pela direção nacional do partido. Se eu for derrotado, tudo bem. Mas acho que se isso acontecer sairemos vitoriosos em vários Estados", disse.
No caso de uma suposta aliança entre petistas e tucanos, o candidato à Presidência seria Lula, disse Zeca. "Sou lulista há muito tempo. O Lula é um fenômeno e terá a sua grande chance na próxima eleição", disse o governador, sem mencionar quem do PSDB aceitaria ser vice em aliança com o PT. Zeca disse que está disposto a romper as fronteiras partidárias em nome da "governabilidade".
"O meu limite é o limite da civilidade e da moralidade. Minha relação com ele (ACM) é madura, séria e institucional, sem fugir de minha linha ideológica, que é do PT.O senador simpatizou com o nosso trabalho e ele é uma das pessoas mais influentes em Brasília, todo mundo sabe disso. Aproveitei isso", disse Zeca, referindo às reformas administrativas que tem promovido no Estado.
A reforma administrativa de Zeca atinge em cheio o funcionalismo público. De início, ele extinguiu quase 2.000 cargos comissionados e pretender pôr em prática o PDI (Plano de Demissão Incentivada), que deve dispensar pelo menos 5.000 dos 57 mil servidores. Com a reforma, que prevê ainda a extinção de três secretarias, o governador pretende economizar R$ 74 milhões por ano.


Texto Anterior: Prefeita ataca proposta em conferência
Próximo Texto: Questão agrária: Líder do MST diz ter vontade de lançar coquetel Molotov em prédio da Folha
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.