São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2000

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QUESTÃO AGRÁRIA
Declaração é feita em ato de caminhoneiros
Líder do MST diz ter vontade de lançar coquetel Molotov em prédio da Folha

DA REPORTAGEM LOCAL

O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) Gilmar Mauro afirmou, durante encontro com caminhoneiros no sábado em Tatuí (interior de São Paulo), que o movimento ""tem vontade de jogar um coquetel Molotov naquele negócio", referindo-se à Folha.
""Chamaram a gente de mafioso. Temos vontade de jogar coquetel Molotov naquele negócio, mas aí vem o lado racional e diz que não adianta", declarou, no mesmo dia em que editorial da Folha afirmava que práticas do MST assemelhavam-se ao ""gangsterismo".
""É a vontade só. Isso (o termo utilizado pelo jornal) fere o mais profundo sentimento de qualquer militante do movimento. Falei que a vontade da gente, quando vê esse tipo de matéria, era isso aí. Emotivamente dá aquela vontade e a razão diz, óbvio, que isso é um equívoco e que não devemos fazer esse tipo de coisa", explicou ontem o líder sem-terra.
Reportagens da Folha revelaram a cobrança, pelo MST, de pedágio de 3% sobre os empréstimos concedidos pelo governo aos trabalhadores assentados. Segundo depoimentos de assentados relatados pelo jornal, quem não pagasse o pedágio não tinha como obter a documentação necessária para conseguir empréstimo em órgãos oficiais. A documentação só podia ser liberada por técnicos indicados pelo MST.
O grupo reunido no sábado, do qual também fez parte o presidente do MUBC (Movimento União Brasil Caminhoneiros), Nélio Botelho, pretende deliberar até o início de dezembro sobre a conveniência de uma paralisação conjunta antes do Natal.


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