CLÁUDIA CROITOR
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, será recebido na Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos, pelo presidente americano, George W. Bush, no dia 10 de dezembro.
O anúncio do encontro foi feito ontem pelo porta-voz de Lula, André Singer. Antes de ir aos EUA, no entanto, Lula viajará primeiro à Argentina e depois ao Chile. A data dessas viagens ainda não está definida, mas deve ser entre o próximo dia 25 e os primeiros dias de dezembro. Segundo Singer, o critério para definir a ordem das visitas foram os interesses comerciais do Brasil.
O PT tem mostrado a intenção de priorizar as relações comerciais com os países latino-americanos. "A Argentina é um parceiro fundamental na reconstrução do Mercosul, é um país irmão, e a visita é para reafirmar a intenção de reconstruir o bloco. E o Chile é um país que o governo Lula quer trazer como membro pleno do Mercosul", disse Singer.
Atualmente, o Chile, assim como a Bolívia, tem o status de país associado à zona de livre comércio do Cone Sul.
Os quatro países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) negociam em bloco com os EUA a formação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), enquanto o Chile negocia em separado um acordo de livre comércio com os EUA.
Não foi definida pauta para reunião entre o presidente brasileiro eleito e Bush. Ontem a Casa Branca divulgou uma nota confirmando o encontro. "Os EUA e o Brasil valorizam a cooperação próxima em assuntos bilaterais, hemisféricos e globais. Será uma oportunidade para os dois líderes reverem o objetivo dessa importante relação e discutirem seu caminho nos próximos anos", diz a nota.
Segundo o porta-voz de Lula, "os dois países [Brasil e EUA] querem a mesma coisa. E Lula quer defender os interesses do Brasil com o mesmo rigor que os EUA defendem os seus".
Desde o fim do regime militar, apenas o presidente Fernando Henrique Cardoso não visitou os EUA entre sua eleição e a posse.
Lula também estuda a possibilidade de fazer uma viagem à Europa antes de tomar posse como presidente, em 1º de janeiro.
Mas a visita ainda depende da agenda do petista. Segundo seu porta-voz, Lula recebeu convites de vários países, mas disse querer priorizar o processo de transição do governo. Singer afirmou também que ainda não estão definidos quais países europeus seriam visitados pelo presidente eleito.