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TREM DO PARANÁ
Partido compõe a base da apoio ao governador na Assembléia Legislativa do Estado
Maioria de deputados do PT absolve Requião
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A bancada do PT na Assembléia
Legislativa do Paraná tem posição
dividida sobre os casos de nepotismo do governo Roberto Requião (PMDB). Dos nove deputados petistas ouvidos pela Agência
Folha, três disseram condenar as
nomeações de parentes do governador, três defenderam e três se
declararam contra o nepotismo
por princípio, mas tentaram justificar a atitude de Requião.
O PT integra a base de apoio do
governador na Assembléia e está
do seu lado desde o segundo turno da eleição de 2002. Nenhuma
lei no Paraná proíbe o nepotismo.
No domingo, reportagem da
Folha listou nove parentes de Requião empregados no governo,
além de outras 17 nomeações de
parentes de integrantes do primeiro escalão. O governador disse que empregou parentes pelos
critérios da competência e confiança pessoal.
A favor
"O governador está correto
quando chama à equipe pessoas
pelos critérios da confiança e da
competência", diz o deputado
Ângelo Vanhoni, que é líder do
governo na Assembléia e pré-candidato do PT à Prefeitura de Curitiba com o apoio de Requião.
Natálio Stica, cuja filha Fernanda é funcionária da TVE e garota-propaganda do governo Requião,
defende o governador e a filha. Segundo o deputado, "ela ganha
uma mixaria" por essa exposição.
Stica foi o primeiro deputado a
sair em defesa do governador.
Hermes da Fonseca, que já empregou um irmão e um cunhado
quando prefeito de Cornélio Procópio (1988-1992), endossa as justificativas de Requião. "Nós, do
serviço público, temos que ter
gente da mais alta confiança", diz.
Contra
Em relação à reportagem da Folha, o presidente estadual do PT,
André Vargas, disse que "não dá
para condenar o carteiro porque
ele trouxe a má notícia". Na terça-feira, ele subiu à tribuna para condenar o nepotismo no Paraná,
mas nem por isso pretende deixar
a base aliada ou propor uma lei
que proíba empregar parentes.
"O objetivo do governante deve
ser a confiança da população, não
a confiança pessoal sobre a equipe", diz Tadeu Veneri, outro a
condenar o nepotismo.
Padre Paulo Campos também
critica: "O governador só se desgasta com isso".
"Saia justa"
Luciana Rafagnin, Elton Welter
e Pedro Ivo Ilkiv integram o grupo da "saia justa": contra o nepotismo, mas sem condenar o governador e sua equipe. "Não foi
surpresa para mim", diz Rafagnin. "Na campanha, Requião já
declarava que nomearia o irmão
Maurício."
"Não tenho parente no meu gabinete, de jeito nenhum, nem no
gabinete dos outros", diz Welter.
Na posição de Requião, ele afirma
que excluiria a família. "Mas fica a
critério de cada um."
Para Ilkiv, "se [o funcionário]
não é técnico e é parente, é nepotismo mesmo". Quando prefeito
de União da Vitória (1997-2000),
o deputado deixou a mulher fora
da equipe, mas usou "critério técnico" para empregar uma irmã.
"Então, não posso condenar o governador."
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