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Hu improvisa passeio turístico por Brasília
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia depois de participar
de um banquete, que só terminou depois das 23h, o presidente chinês, Hu Jintao, acordou cedo e improvisou, fora da
agenda oficial, um passeio turístico por Brasília. Ele visitou a
catedral, na Esplanada dos Ministérios, e a ponte JK, inaugurada em 2002 e considerada,
pela Sociedade de Engenheiros
da Pensilvânia Ocidental, como a mais bonita do mundo
daquele ano.
O passeio durou pouco mais
de uma hora e não pôde ser
acompanhado pela maioria
dos repórteres chineses que
vieram com a comitiva. Segundo um jornalista chinês, a imprensa só pôde seguir o presidente quando recebe autorização. Ele afirmou que os repórteres não podem nem se dirigir
a Hu, pois correm o risco de
perder suas credenciais.
O principal evento no dia de
Hu foi um churrasco oferecido
por Lula na Granja do Torto. A
comitiva do presidente chegou
quase toda de terno e gravata
para o evento. Hu dispensou a
gravata e estava só de blazer. Os
ministros brasileiros, mais à
vontade, vestiam camisa social.
Além de picanha e lingüiça, o
presidente encomendou o preparo de uma costela que assou
por mais de 12 horas. O vinho,
como em todas as solenidades
no Itamaraty, era brasileiro.
O churrasco faz parte do
marketing culinário brasileiro
para convencer estrangeiros a
abrir seus mercados a produtos
agrícolas do país. A estratégia já
foi usada com o primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi. O Itamaraty ofereceu
manga para Koizumi, na sua
passagem pelo Brasil.
A delegação chinesa assinara
um dia antes um protocolo fitossanitário que deverá abrir o
mercado de carne bovina para
o Brasil. O negócio pode render
US$ 600 milhões por ano.
O marketing culinário também esteve presente no banquete que Lula ofereceu a Hu
no Itamaraty. As mesas, com a
exceção da dos chefes de Estado, tinham nome de frutas. O
cardápio foi palmito, linguado
com mandioquinha e sorvete
de banana servido sobre um tipo de panqueca de tapioca.
O palmito, servido como entrada, não agradou a todos os
chineses. Alguns só experimentaram o produto brasileiro
e deixaram o resto no prato.
Parte da comitiva de Hu Jintao, que esteve no banquete,
também não mostrou intimidade com o garfo e a faca. Não
havia hashi, os tradicionais
pauzinhos chineses.
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