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Papa precisa falar sobre a crise, diz Lula
Presidente afirma que impressão positiva que teve de Bento 16 no Brasil foi mantida
Visita da comitiva brasileira termina com a assinatura de um acordo entre o país e
a Santa Sé que ordena as relações entre os 2 Estados
Reuters/"Osservatore Romano"
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No Vaticano, Lula conversa com Bento 16, que, após encontro com o presidente, saudou a comitiva formada por quatro ministros
DO ENVIADO A ROMA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou seu primeiro encontro com um papa
no Vaticano para pedir a Bento
16 que se manifeste mais sobre
a crise financeira em seus sermões. E convidou o religioso
para voltar ao Brasil.
Após uma conversa que durou 24 minutos, Lula preferiu
não revelar detalhes da reação
do pontífice, brincando que era
"segredo de confissão". "Se todo domingo o papa der um conselhozinho, quem sabe a gente
encontre mais facilidade para
resolver essa crise."
O presidente liderou uma comitiva composta por quatro
ministros, que foram saudados
brevemente pelo papa. A impressão positiva que Lula havia
tido na visita feita por Bento 16,
em maio de 2007, foi mantida.
"O papa é uma figura surpreendente, porque a imagem
que ele passava na televisão antes de ir ao Brasil era a imagem
de um homem sisudo, de poucos amigos", disse o presidente.
"A verdade é que chegou ao
Brasil um homem afável. Acho
que ele conquistou o Brasil e o
Brasil conquistou ele."
Visivelmente emocionada, a
primeira-dama Marisa Letícia
disse que teve a mesma impressão, após cumprimentar o papa
e receber um terço de presente,
assim como todas as mulheres
da comitiva. Os homens receberam uma medalha.
"Eu já o conhecia e novamente o achei muito simpático",
disse à Folha Marisa, que usava o mesmo véu negro de renda
que as demais mulheres da comitiva brasileira, entre elas a
ministra da Casa Civil, Dilma
Rousseff, e a embaixadora no
Vaticano, Vera Machado.
O chefe da segurança presidencial, o general Gonçalves
Dias, foi o último da fila de
cumprimentos ao papa e o único que beijou a mão do pontífice. "Eu fui coroinha", disse.
A visita da comitiva brasileira foi concluída com a assinatura de um acordo entre o Brasil e a Santa Sé, que ordena juridicamente as relações entre os
dois Estados.
O cardeal brasileiro dom
Cláudio Hummes, que acompanhou a assinatura do acordo
sentado ao lado da primeira-dama, comentou que Bento 16
está preocupado com a fuga de
fiéis da Igreja Católica no Brasil e que por isso foram intensificadas as ações missionárias.
"É uma preocupação grande", disse d. Claudio.
(MARCELO NINIO)
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