|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lula evita caso e diz que só fala de empate no futebol
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou ontem dizer
qual será a posição do governo
caso o Supremo Tribunal Federal confirme as expectativas e
decida pela extradição do ex-militante italiano de extrema
esquerda Cesare Battisti.
"Você quer que eu fale de
uma decisão que ainda não
aconteceu. Quando se dá empate, no futebol eu dou palpite.
Mas na Justiça, Deus me livre",
afirmou Lula ontem. Anteriormente, o presidente já havia declarado que seguirá a orientação dada pelo STF.
O placar do julgamento está
empatado em 4 a 4. Ainda falta
o voto do presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes,
que já sinalizou ser favorável à
extradição do italiano. O caso
será finalizado na próxima
quarta-feira.
O caso Battisti gera movimentações tanto dos defensores da extradição como dos
contrários a essa decisão. Lula
estará no fim de semana na Itália, onde vai se encontrar com o
primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que deu várias declarações favoráveis à extradição e já
disse confiar na "sabedoria"
dos ministros do STF.
O próprio Gilmar Mendes já
declarou mais de uma vez que,
se a corte votar pela extradição,
caberia ao presidente Lula respeitar a decisão. Com a extradição praticamente definida, o
Supremo ainda precisará discutir se o presidente pode ou
não decidir pela permanência
do italiano, mesmo com uma
posição contrária da mais alta
corte do país.
Cesare Battisti militou no
movimento PAC (Proletários
Armados pelo Comunismo)
durante os anos 70. Depoimentos de ex-colegas, concedidos
em troca de benefícios jurídicos, o ligaram a quatro homicídios ocorridos no final da década de 70, entre eles o de um
açougueiro e de um joalheiro.
Ele foi condenado à prisão perpétua.
(FERNANDO BARROS DE MELLO)
Texto Anterior: Voto de Mendes vê "crime comum" de Battisti Próximo Texto: Protesto: Battisti faz greve de fome e diz que sua vida está nas mãos de Lula Índice
|