|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRANSIÇÃO
Deputado diz que senadora não fez campanha para Lula e sugere que ela terá de aceitar indicação de Meirelles
Para Dirceu, Heloísa se coloca "à parte" do PT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado José Dirceu (SP),
ex-presidente do PT e futuro ministro-chefe da Casa Civil do governo de Luiz Inácio Lula da Silva,
criticou ontem as declarações da
senadora petista Heloísa Helena
(AL) contra a indicação de Henrique Meirelles à presidência do
Banco Central e disse que ela está
se colocando "à parte" do partido.
Em entrevista ao programa
"Bom Dia Brasil", da TV Globo,
Dirceu afirmou que a senadora
não fez campanha para Lula nas
eleições e sugeriu que ela terá de
respeitar a decisão de Lula e votar
a favor de Meirelles, lembrando
que existe o princípio da fidelidade partidária no partido.
"Vai prevalecer a posição do
partido e da bancada. Estamos
num regime democrático, mas
existe fidelidade partidária no PT.
Agora a senadora não apoiou a
candidatura de Lula, não fez campanha para Lula. É bom lembrarmos isso. E ela tem se manifestado
contrária praticamente a todas as
decisões tomadas pelo partido ou
pela equipe de transição ou pelo
próprio presidente Lula. Ela está
se colocando, evidentemente, à
parte do PT", disse.
Genoino
Confirmado futuro ministro-chefe da Casa Civil, Dirceu disse
que o convencimento da bancada
não é mais problema dele e sim do
atual presidente do PT, deputado
José Genoino (SP).
"Felizmente, essa já não é uma
tarefa minha, é de José Genoino.
Eu estou pensando no governo,
no projeto contra a fome, no primeiro emprego, na segurança pública, na Casa Civil e na montagem do governo. Mas eu acredito
que Meirelles terá o apoio do presidente eleito, tem o nosso apoio,
do deputado José Genoino, do
PT, tem o apoio da bancada na
Câmara e no Senado. Temos uma
democracia, é natural que haja
opiniões contrárias, mas, evidentemente, vai prevalecer disciplina
partidária", afirmou
Apoios
Segundo o futuro ministro, as
medidas tomadas pela equipe de
transição são decorrência de decisões do PT e da campanha. Ele citou como exemplo as negociações
em curso para a participação do
PMDB no governo.
Por esse raciocínio, ainda que o
PMDB tenha participado da chapa presidencial de José Serra
(PSDB), 15 diretórios regionais do
partido e dois de seus cinco governadores eleitos apoiaram a candidatura de Lula. "É bom recordar
para compreender a política que
estamos fazendo agora", disse José Dirceu.
Texto Anterior: Inflação deve ser o maior desafio para BC Próximo Texto: Pont se diz "perplexo" com indicação para o BC Índice
|