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Dutra afirma que
assinará medida;
Rigotto é contra
DA AGÊNCIA FOLHA
A medida provisória que prevê
o ressarcimento aos Estados pelos
gastos com manutenção de estradas federais causou um princípio
de crise na transição gaúcha: o
atual governo, do petista Olívio
Dutra, assinará o documento por
considerá-lo satisfatório. Já o governador eleito, Germano Rigotto
(PMDB), o considera ruim e prejudicial ao Estado.
A MP 82 foi publicada ontem no
"Diário Oficial da União" e prevê
a estadualização de 18 mil km, em
todo o país, da malha rodoviária
federal até janeiro de 2006.
O secretário-geral do governo,
Guilherme Cassel, afirmou que
estuda a possibilidade de aderir
aos termos da MP pois, segundo
ele, o documento "preserva os interesses do Rio Grande do Sul,
uma vez que não impede o Estado
de continuar buscando, junto à
União, os créditos pendentes por
obras realizadas na malha federal,
além de viabilizar os compromissos com o funcionalismo, como o
pagamento do 13º salário".
De acordo com Cassel, para ser
mais bem estudada, a MP ainda
necessita de uma portaria do Ministério dos Transportes estabelecendo quais as rodovias que poderão ser assumidas pelo Estado e
o valor a ser repassado.
Já Rigotto classificou a MP como "surpreendente", "muito
ruim" e "prejudicial" ao Estado.
"Na prática, ela determina que os
Estados abram mão dos ressarcimentos. No nosso caso, receberíamos R$ 325 milhões quando a dívida da União para conosco é de
R$ 988 milhões e teríamos de assumir para o resto da vida as estradas federais", afirmou.
"A MP tem problemas muito
sérios. Em determinado momento, diz que teremos de abrir mão
dos ressarcimentos. Se o governo
(administrado pelo petista Olívio
Dutra) assinar, será prejudicial ao
Estado", completou.
Minas
O governador eleito de Minas
Gerais, Aécio Neves (PSDB), afirmou ontem que o Estado irá receber da união, na próxima quarta-feira, R$ 450 milhões referentes à
estadualização de rodovias federais. Caso União e Estado assinem
o termo de transferência -ação
prevista por Aécio para ocorrer
na segunda-feira-, Minas deve
ser a primeira unidade da Federação a ser beneficiar da medida.
A ação tem por objetivo atender
à pressão do governador Itamar
Franco (sem partido) que, sem dinheiro para pagar o 13º salário do
funcionalismo estadual, exigia da
União o pagamento pelo dinheiro
gasto em rodovias federais.
Como vários outros Estados reclamavam crédito por motivo semelhante, a MP foi a solução política encontrada para atender Itamar, agora, e os outros Estados,
posteriormente. Para receber os
créditos, os governadores precisam demonstrar oficialmente o
interesse até o próximo mês e, depois, tentar um acordo com a
União sobre quais rodovias passarão para o controle dos Estados.
Ao todo, Minas espera receber
até R$ 780 milhões. O que falta para chegar a esse total seria depositado no final de dezembro ou início de janeiro. A diferença entre o
valor total e o que será usado para
pagar o 13º seria utilizado em reformas em rodovias, disse Aécio.
O tucano afirmou que enviou ao
Ministério dos Transportes uma
proposta de estadualização de
"oito a nove rodovias", que podem chegar a um total 6.000 km.
Artífice de toda a negociação
que resultou na MP, Itamar leu
ontem uma nota à imprensa em
que elogia a intermediação feita
por Aécio, mas ressalta que ainda
falta o governo federal aprovar a
proposta mineira sobre quais estradas devem ser estadualizadas.
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