São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

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Líder petista quer excluir de relatório nome de Lorenzetti

Disputa política ameaça votação do texto final da CPI dos Sanguessugas hoje

Senadora Ideli Salvatti diz que não há "materialidade" sobre envolvimento de coordenador de inteligência da campanha do presidente


ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Seis meses após ser instalada, a CPI dos Sanguessugas tenta aprovar hoje o seu relatório final. Governistas e oposicionistas trabalham para evitar um pedido de vistas (suspensão da votação) do relator, senador Amir Lando (PMDB-RO), o que poderia transferir a votação para a semana que vem.
A principal polêmica refere-se à lista de pedidos de indiciamentos. A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), quer ver fora do relatório o nome de Jorge Lorenzetti, ex-coordenador da equipe de inteligência da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lorenzetti é de Santa Catarina e amigo da petista.
"Contra ele, não há materialidade", argumenta Ideli. Já o relator quer incluir no seu relatório a conclusão da Polícia Federal de que Lorenzetti foi o "articulador" da compra do dossiê que teria informações sobre a participação de políticos do PSDB na máfia das ambulâncias superfaturadas.
Ideli defendeu a inclusão dos nomes do ex-ministro da Saúde Barjas Negri (PSDB) e do empresário Abel Pereira, que é investigado pela PF sob a suspeita de ter recebido propina de Luiz Antonio Vedoin -líder da máfia das ambulâncias.
Sub-relator da CPI sobre o caso do dossiê, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) aposta no entendimento, mas reconheceu as divergências.
"Ainda há divergências quanto à atribuição de crime eleitoral", disse Gabeira. Para ele, as campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva e de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo têm de ser responsabilizadas pelo dossiegate.
Ele argumenta que Gedimar Passos, um dos presos com parte do R$ 1,75 milhão que seria usado para a compra do dossiê, era contratado da equipe de campanha de Lula.
Gabeira lembra ainda que Hamilton Lacerda, apontado pela PF como homem que entregou o dinheiro Passos, atuava como um dos coordenadores da campanha de Mercadante.


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