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Pastoral do Idoso é a mais afetada sem Zilda
Coordenadora tinha conquistado espaço no governo para fazer parcerias e não há nome evidente para assumir seu trabalho
Sucessor será escolhido em assembleia com todos os 26 coordenadores estaduais; na Pastoral da Criança direção foi repassada há dois anos
ESTELITA HASS CARAZZAI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A maior preocupação entre
os que participam dos projetos
legados por Zilda Arns não é
com a Pastoral da Criança, e
sim com a Pastoral da Pessoa
Idosa, da qual a médica era a
coordenadora nacional.
Fundada oficialmente em
novembro de 2004, a pastoral
atende 165 mil idosos em 700
municípios brasileiros -números ainda bem menores do
que os da Pastoral da Criança,
que tem o prestígio de 26 anos
de atuação e atende 1,6 milhão
de crianças em 20 países.
"Estamos ainda atordoados",
diz a secretária-executiva da
Pastoral da Pessoa Idosa, irmã
Terezinha Tortelli, que balança
a cabeça com preocupação
quando questionada sobre o futuro da instituição sem Zilda.
Diferentemente da Pastoral
da Criança, cuja coordenação
nacional foi assumida pela irmã
Vera Lúcia Altoé há dois anos
em substituição a Zilda, na Pastoral da Pessoa Idosa esse trabalho cabia exclusivamente à
médica, que estava à frente da
instituição desde a sua fundação. Seu nome havia sido indicado pela CNBB (Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil).
Agora, a definição sobre o sucessor de Zilda, afirma Terezinha, vai depender da convocação de uma assembleia geral
extraordinária, que reúne todos os 26 coordenadores estaduais da instituição. Segundo
ela, não há nenhum nome óbvio para assumir o trabalho.
"Ela [Zilda] já tinha uma experiência de mais de 20 anos
em pastoral, já tinha conquistado espaço no governo, ministérios, para fazer parcerias", afirma a irmã Terezinha.
Há indefinição ainda quanto
à sucessão na Pastoral Internacional da Criança, cuja coordenação também era feita por Zilda. Segundo a assessora Vanderlúcia da Silva, um dos braços
direitos da médica na instituição, a definição do próximo
coordenador caberá ao conselho diretor da Pastoral Internacional, formado por dom Geraldo Majella Agnelo, pelo bispo
uruguaio Luis del Castillo, pela
também uruguaia Maria Laura
Bulanti e pelo economista paranaense Maurílio Schmitt.
Já na Pastoral da Criança, em
que Zilda Arns atualmente não
ocupava nenhum cargo diretivo, as respostas de que o trabalho continua são categóricas.
"Nós perdemos uma pessoa
muito carismática, mas construímos uma casa sobre a rocha. Nada poderá nos abalar",
diz a irmã Vera Lúcia Altoé.
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