São Paulo, quinta-feira, 15 de fevereiro de 2001

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Vencedor prega independência do Legislativo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo presidente da Câmara, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), fez um discurso, antes da votação, pregando a independência e o resgate das funções do Legislativo, mas sem atritos com o Poder Executivo.
No discurso, feito de improviso, Aécio falou o que a maioria dos deputados -integrantes da base governista- queria ouvir.
Afirmou que vai colocar o projeto que limita o uso de medidas provisórias em votação. Essa é uma das principais reivindicações dos deputados.
"Não como um ato de virulência ou de oposição a este governo, mas como um gesto claro de resgate daquela que é a essência da nossa atividade parlamentar, que é o dever da iniciativa para legislar", declarou Aécio.
O tucano defendeu a "fiscalização severa" da execução orçamentária, afirmando que a parte alterada pelos parlamentares por meio de emendas "será sagrada e deverá ser cumprida pelo Poder Executivo".
Aécio elegeu também como prioridade a participação da Câmara nos rumos da política econômica do país. "Distribuir a renda neste país não é responsabilidade apenas do Poder Executivo, mas sobretudo desta Casa."
O tucano, que contou com o apoio das bancadas do PMDB e do PSDB, foi o mais aplaudido dos candidatos durante a sessão. O discurso parecia o de um candidato já eleito que tenta amenizar a crise gerada na disputa para ter apoio para presidir. "Serei presidente de todos."
Aécio citou os demais candidatos com elogios. Disse que Inocêncio, que foi seu principal adversário, "soube se conduzir, como sempre na sua vida pública, de forma digna e correta".
Em campanha, Aécio prometeu vender os 432 apartamentos funcionais da Casa. A operação deve gerar R$ 129,6 milhões, que seriam usados na construção de um novo prédio para melhorar os gabinetes dos deputados.



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