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Campanha fica
desaquecida em
seu último dia
ESPECIAL PARA A FOLHA
Com as eleições para os principais cargos praticamente decididas de véspera, a campanha no
Congresso parecia funeral em dia
chuvoso, no Senado, e quermesse
pobre do interior, na Câmara.
Corredores, plenário e o Salão
Verde da Câmara foram tomados
por garotas uniformizadas, cartazes, faixas e até fotocópias, penduradas como gambiarras juninas.
Cartazes de Aécio Neves
(PSDB-MG) e de Inocêncio Oliveira (PFL-PE) disputavam espaço com candidatos desconhecidos a ponto de se apresentarem
aos colegas, como Barbosa Neto
(PMDB-GO), aspirante à 2ª vice-presidência da Casa, que apertava
mãos e dizia: "Muito prazer".
Os ilustres anônimos usavam as
paredes da Câmara até para disputar suplências de secretário da
mesa. Cada suplente tem direito a
nove assessores de gabinete.
Enquanto isso, no Senado, o clima de disputa acirrada foi trocado por uma certa melancolia em
torno de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), cujo futuro político se comentava como incerto.
Ele recebeu mais de cem prefeitos baianos, que o saudaram na
chegada. Depois, posou para fotos ao lado dos funcionários do
gabinete. Por último, posaria com
o filho Antonio Carlos Magalhães
Jr. e os netos ACM Neto e Luís
Eduardo Filho, apontados como
seus sucessores políticos.
Um repórter perguntou: "O senhor está sentimental, senador?".
"Eu não", rebateu, reassumindo
o lado durão. "Estou tranquilo."
Após a votação, assumiria uma
certa decepção com os votos da
oposição. "Foi um pouco pior do
que esperava. Achei que teríamos
cinco ou seis votos a mais."
Resumindo o clima de marasmo da sucessão, chegaram a se
formar rodas de jornalistas em
torno do comediante Lúcio Mauro, da Rede Globo, que dava entrevistas a torto e a direito sobre o
sobrinho: o novo presidente do
Senado, Jader Barbalho. "Vim dar
a bênção para ele", dizia.
(CYNARA MENEZES)
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