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São Paulo, sábado, 15 de março de 2003

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DESGASTE PETISTA

Graziano diz que hipótese de ele deixar projeto é "descabida"

Para contornar crise, Lula pede agilidade no Fome Zero

Sergio Lima/Folha imagem
Pedro Simon discursa no Senado em favor da permanência de Graziano no comando do Fome Zero


DA REPORTAGEM LOCAL
E DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em reunião de duas horas e meia anteontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou ao ministro José Graziano (Segurança Alimentar) que não pretende demiti-lo, mas pediu maior agilidade no programa Fome Zero. Entre 19h e 21h30, no Palácio do Planalto, Lula, Graziano e os assessores especiais da Presidência Frei Betto e Oded Grajew discutiram as falhas do projeto até aqui. Participantes da reunião a descreveram como uma "conversa sincera, mas amena e leal".
Graziano disse ontem à Folha que estava "trabalhando normalmente, seguindo as determinações de Lula. Ele falou com a reportagem às 20h15 de seu gabinete em Brasília. Disse ainda que "Frei Betto e Oded Grajew continuam a desempenhar as mesmas funções para as quais foram designados no começo do governo".
O ministro reiterou que Betto cuida da mobilização social envolvendo o Fome Zero e que Grajew faz articulações com o setor empresarial. Graziano classificou de "descabida" a hipótese de ser afastado do comando do programa Fome Zero.

Primeiro Emprego
No entendimento do governo, a crise na área social poderá estar superada até 1º de maio, com o lançamento do projeto Primeiro Emprego, no qual empresas privadas se comprometem a empregar jovens que atuarão como agentes do Fome Zero.
Oded Grajew cita a adesão de empresas como a Nestlé, a Shell e o Pão de Açúcar -somente as três já se comprometeram a contratar cerca de 2.750 jovens para esclarecerem em lojas de conveniência e supermercados como a população pode participar do Fome Zero. Segundo Grajew, proposta semelhante foi levada às 500 maiores empresas do país e até 1º de maio haverá mais adesões ao Primeiro Emprego, ampliando o número de beneficiários.
Com o lançamento da campanha publicitária "O Brasil que come ajudando o Brasil que tem fome", que começará a ser veiculada na TV até o final do mês, e com o início do funcionamento de uma central de atendimento por telefone, o governo espera superar a crise do Fome Zero.
A campanha tentará mostrar que o Fome Zero não é somente um programa de recebimento e doação de alimentos, mas que tem articulações com a geração de empregos e formação educacional, entre outros pontos. Criada por Duda Mendonça (responsável pelo marketing de Lula na campanha ao Planalto), foi produzida e será veiculada sem custo para União. Ela divulgará detalhes do mutirão contra a fome, que convocará a população a participar do Fome Zero. As ações variam de arrecadação de alimentos a doações em dinheiro.
A partir de segunda, os interessados poderão entrar em contato com os atendentes do serviço 0800-7072003, destinado a esclarecer dúvidas sobre o Fome Zero.


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