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Senadores criticam Graziano e excesso de órgãos na área social
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em discurso na tribuna do Senado, o senador Pedro Simon
(PMDB-RS) afirmou ontem que o
ministro José Graziano (Segurança Alimentar) não deve ser demitido por causa de sua frase sobre
os nordestinos e que é precipitado
julgar fracassado o programa Fome Zero, mas fez críticas à condução da área social pelo governo
Luiz Inácio Lula da Silva.
"O governo Lula criou tantos
órgãos -são 29-, que, de certa
forma, fazer funcionar não é fácil.
Quer dizer: o problema da fome é
do Graziano, os problemas sociais
são da ministra Benedita da Silva
[Assistência e Promoção Social].
Mas a fome é um problema social.
Os problemas da cidade são do
ministro Olívio Dutra [Cidades].
Mas a fome está na cidade. Então,
criou-se um enredo pelo qual não
se sabe onde termina um e começa o outro. Realmente está difícil."
Simon afirmou que o PFL, o
PSDB e o PMDB não têm autoridade para criticar o governo Lula,
mas ele próprio criticou o presidente e o governo.
"O governo não conseguiu caminhar, não conseguiu andar. Lula fala, mas não vemos ecoarem as suas palavras, não há a correspondência entre discurso e ação. Não
me refiro à ausência de planos
-o Fome Zero é a uma iniciativa
importante-, o que não se vê é o
encaminhamento desses planos."
Nordestinos
O senador Efraim Morais (PFL-PB), em aparte, defendeu a demissão de Graziano.
"O ministro não teve a coragem
de enfrentar o narcotráfico, de dizer que o responsável por isso
[criminalidade] não são os nordestinos. Isso é por que os nordestinos são menores, mais pobres?
Nosso Lula cometeu um erro: deveria ter demitido o ministro porque, como nordestino, ele também deveria ter sentido a dor que
nós sentimos", afirmou Morais.
Na opinião de Simon, a declaração de Graziano sobre nordestinos foi "infeliz", mas não é motivo para causar sua demissão.
Depois da declaração relacionando violência e nordestinos,
Graziano se desculpou em nota pela frase.
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