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Incra suspende processos de despejo
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O ouvidor nacional do Incra
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Gercino
da Silva Filho, suspendeu anteontem, por 60 dias, dez processos judiciais de despejo de famílias de
sem-terra que invadiram fazendas na região de Marabá, no Pará.
A decisão foi tomada em acordo
fechado por Silva Filho com lideranças da CPT (Comissão Pastoral da Terra) e da Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura), com o objetivo de impedir conflitos durante as reintegrações de posse.
Pelo acordo, a CPT e a Fetagri se
comprometem a levar famílias
que invadiram fazendas -consideradas produtivas- para assentamentos do Incra.
Em uma das fazendas com processo de despejo suspenso, a Cabeceiras, o Incra busca uma solução diferente. "O Incra resolverá a
questão social tentando adquirir a
área num processo de compra e
venda", disse Silva Filho.
A Fazenda Cabeceiras, considerada produtiva, tem cerca de 10
mil hectares. Segundo o Incra, 600
famílias de sem-terra invadiram,
em 1999, uma área de 600 hectares
da propriedade. De acordo com o
ouvidor, hoje os conflitos entre
sem-terra e os proprietários da fazenda cessaram.
Ontem, a CPT pediu ao Incra
uma vistoria especial na fazenda
Pimenteira -ou Tibiriçá, como é
mais conhecida. Há 21 dias, 200
famílias de sem-terra, a maioria
moradoras da periferia, estão
acampadas em frente à fazenda.
Os sem-terra são lideradas pelo
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marabá. Os fazendeiros
ganharam uma liminar do juiz federal, Herculano Nassif, que impede a invasão da fazenda pelos
sem-terra. O sindicato terá de pagar R$ 1.000 por cada sem-terra
que invadir a propriedade.
(KÁTIA BRASIL)
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