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São Paulo elege hoje novo procurador-geral
Procuradores e promotores do Ministério Público do Estado irão às urnas para escolher o substituto de Rodrigo Pinho
Futuro procurador-geral vai administrar orçamento em 2008 de R$ 1,1 bi; candidato apoiado por Rodrigo Pinho
é José Oswaldo Molineiro
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Hoje os 201 procuradores e
1.621 promotores do Ministério
Público do Estado de São Paulo
irão às urnas para eleger o novo
chefe da instituição, o procurador-geral de Justiça que irá
substituir Rodrigo Rebello Pinho, há quatro anos no cargo.
Os procuradores José Oswaldo Molineiro, 56, José Benedito Tarifa, 55, Fernando Grella
Vieira, 51, e Paulo Afonso Garrido de Paula, 51, concorrem à
vaga de Pinho, que, no cargo, foi
criticado por um suposta partidarização do órgão em prol do
PSDB e elogiado por empenhar-se em medidas de combate à impunidade e à corrupção.
O futuro procurador-geral
irá gerir um orçamento em
2008 de R$ 1,1 bilhão. Do eleito
dependerá eventuais ações
contra prefeitos e governador.
Para se ter uma idéia, hoje 443
prefeitos são alvos de investigação na Procuradoria Geral.
O candidato de Pinho é Molineiro, ex-chefe-de-gabinete,
que se coloca como o herdeiro
oficial do prestígio que o ex-procurador-geral Luiz Antonio
Marrey, hoje secretário estadual, ainda goza na instituição.
"Há dez anos o nosso grupo
tem buscado um Ministério
Público voltado ao anseio da
sociedade, e é isso que queremos continuar." Nos dez anos,
Molineiro inclui duas gestões
de Marrey, que fez dois sucessores: José Geraldo Filomeno
(uma gestão) e o próprio Pinho,
que foi reeleito.
A escolha por Molineiro provocou uma cisão no grupo ligado a Marrey, que defendia a
realização de prévia. Dois ex-assessores do procurador-geral
se lançaram na disputa, Garrido de Paula e Tarifa.
Como prioridade, Garrido de
Paula defende a valorização das
Promotorias. Ele rejeita o rótulo de dissidente. "Continuo no
mesmo lugar, pertenço ao grupo histórico [de Marrey] ao
qual Pinho não pertence. Friso
que não sou candidato do procurador-geral, mas dos meus
colegas que lutam por uma instituição independente, autêntica e democrática."
Tarifa, por sua vez, também
diz não ser um separatista. "Só
quero colocar a minha experiência profissional à disposição dos colegas", afirma. Se
eleito, o procurador promete
fazer um levantamento da situação de trabalho dos promotores, para tentar melhorar.
Para promotores ouvidos pela Folha, o principal beneficiado com a cisão do grupo de
Marrey é Grella, associado por
alguns a um antigo oponente
do atual secretário, o ex-procurador-geral Araldo Dal Pozzo,
amigo do ex-governador Luiz
Antonio Fleury Filho (PMDB),
que deixou o cargo em 1993.
"Defendo uma administração suprapartidária, feita não
por grupos diferentes, mas por
pessoas unidas por uma mesma idéia", diz Grella, que defende a criação de um banco de
dados informatizado e compartilhado entre as Promotorias.
Para conquistar votos de
promotores, os candidatos disseram que irão trabalhar para
que o promotor também possa
disputar cargos de chefia, inclusive o de procurador-geral
-hoje restrito a procuradores.
Apenas Molineiro revelou
em quem votou para o governo
do Estado em 2006. "No governador José Serra [PSDB]."
Da eleição de hoje, uma lista
com os nomes dos três mais votados será submetida a escolha
do governador José Serra. Reza
a tradição que o mais votado
seja o indicado, mas essa regra
foi quebrada em 1996 pelo governador Mário Covas (PSDB),
que nomeou Marrey, apesar de
ele ter perdido a disputa. Serra
tem 15 dias para anunciar o nome do novo procurador-geral.
A gestão é de dois anos com
direito a uma reeleição.
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