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AVALIAÇÃO
Escala de banco vai de 0 a 10
Merrill Lynch dá nota 5,2 para reformas de Lula
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A corretora e banco de investimentos Merrill Lynch fez um ranking sobre a qualidade e o ritmo
de tramitação das reformas propostas pelo governo Lula. A média geral (de 0 a 10) foi 5,2.
O cálculo do ranking e os comentários sobre as reformas apareceram ontem no boletim que a
Merrill Lynch distribui diariamente a seus clientes. Foram incluídas as reformas da Previdência e tributária, a autonomia do
Banco Central e a lei de falências.
Para elaborar o ranking, que será publicado periodicamente, a
corretora deu notas de 0 a 5 para a
"qualidade" dos textos das reformas (sob a ótica do mercado) e
para o "progresso" da tramitação
destas no Congresso.
A nova lei de falências puxou a
média geral para cima. Teve 3 para a "qualidade" da proposta e 3
para o "progresso" na tramitação.
Total: 6 pontos. No caso da autonomia do Banco Central, o conteúdo da reforma é considerado
bom (nota 4) pela Merrill Lynch
(na escala de 0 a 5). Mas o ritmo
de tramitação recebeu apenas 1,5.
No total, 5,5 pontos.
A Merrill Lynch informou a
seus clientes que o que está tramitando é apenas a reforma que trata do setor financeiro. Mas a lei
que poderá tornar o BC independente ficou para 2004. "[A nota
baixa para o ritmo de tramitação"
reflete a nossa decepção com o fato de que a legislação que vai regular a autonomia do Banco Central foi empurrada para o ano que
vem", diz o relatório.
As reformas dadas como prioritárias pelo governo, a previdenciária e a tributária, tiraram nota
5. Ambas têm 2,5 para o conteúdo
e 2,5 para o ritmo de tramitação.
É relevante que uma instituição
como a Merrill Lynch tenha uma
avaliação apenas regular da agenda de reformas do governo Lula.
Essa corretora sempre demonstra
boa vontade com governos de
países como o Brasil. No governo
FHC, mesmo durante crises econômicas profundas, os boletins tinham um tom otimista.
Desta vez, apesar de dar média
5,2 para as reformas petistas, a
Merrill Lynch se esforça para não
passar uma percepção de que esteja pessimista com o Brasil.
Ao descrever os cem primeiros
dias do governo Lula, a corretora
cita exemplos do que considera
positivo: "A habilidade para controlar as dissidências do PT e da
base governista, o progresso em
direção a uma maioria no Congresso (por exemplo, o acordo
com o PMDB) e a sedução de elementos importantes de apoio (como governadores de Estado)".
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