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São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2003

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AVALIAÇÃO

Escala de banco vai de 0 a 10

Merrill Lynch dá nota 5,2 para reformas de Lula

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A corretora e banco de investimentos Merrill Lynch fez um ranking sobre a qualidade e o ritmo de tramitação das reformas propostas pelo governo Lula. A média geral (de 0 a 10) foi 5,2.
O cálculo do ranking e os comentários sobre as reformas apareceram ontem no boletim que a Merrill Lynch distribui diariamente a seus clientes. Foram incluídas as reformas da Previdência e tributária, a autonomia do Banco Central e a lei de falências.
Para elaborar o ranking, que será publicado periodicamente, a corretora deu notas de 0 a 5 para a "qualidade" dos textos das reformas (sob a ótica do mercado) e para o "progresso" da tramitação destas no Congresso.
A nova lei de falências puxou a média geral para cima. Teve 3 para a "qualidade" da proposta e 3 para o "progresso" na tramitação. Total: 6 pontos. No caso da autonomia do Banco Central, o conteúdo da reforma é considerado bom (nota 4) pela Merrill Lynch (na escala de 0 a 5). Mas o ritmo de tramitação recebeu apenas 1,5. No total, 5,5 pontos.
A Merrill Lynch informou a seus clientes que o que está tramitando é apenas a reforma que trata do setor financeiro. Mas a lei que poderá tornar o BC independente ficou para 2004. "[A nota baixa para o ritmo de tramitação" reflete a nossa decepção com o fato de que a legislação que vai regular a autonomia do Banco Central foi empurrada para o ano que vem", diz o relatório.
As reformas dadas como prioritárias pelo governo, a previdenciária e a tributária, tiraram nota 5. Ambas têm 2,5 para o conteúdo e 2,5 para o ritmo de tramitação.
É relevante que uma instituição como a Merrill Lynch tenha uma avaliação apenas regular da agenda de reformas do governo Lula. Essa corretora sempre demonstra boa vontade com governos de países como o Brasil. No governo FHC, mesmo durante crises econômicas profundas, os boletins tinham um tom otimista.
Desta vez, apesar de dar média 5,2 para as reformas petistas, a Merrill Lynch se esforça para não passar uma percepção de que esteja pessimista com o Brasil.
Ao descrever os cem primeiros dias do governo Lula, a corretora cita exemplos do que considera positivo: "A habilidade para controlar as dissidências do PT e da base governista, o progresso em direção a uma maioria no Congresso (por exemplo, o acordo com o PMDB) e a sedução de elementos importantes de apoio (como governadores de Estado)".


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