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NO AR
Próxima parada
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
Richard Perle, o ideólogo
da guerra de George W.
Bush, saiu dizendo no fim de semana que os EUA podem atacar a Síria se as armas de destruição em massa tiverem ido
para lá.
Na CNN, ontem, um analista
dizia que, "antes mesmo da
guerra, algumas daquelas armas químicas podem ter ido para a Síria".
Então é assim. Anda difícil
achar as tais armas, que foram
a desculpa para a invasão do
Iraque, portanto elas foram levadas para outro lugar -a próxima parada.
Definida a próxima parada, se
as armas não tiverem ido para
lá, não tem problema. A Síria
tem as suas próprias armas de
destruição em massa, arriscou
Bush. Seu porta-voz foi além,
chamando a Síria de "nação
perniciosa".
De Washington vieram ameaças pesadas, de "examinar medidas diplomáticas, econômicas
e de outra ordem", vale dizer,
militares. A frase foi do secretário Colin Powell, que nem é dos
"falcões".
Ele fez uma ameaça retórica,
na esperança de levar a Síria a
retirar o apoio ao grupo Hizbollah. Disse que os sírios devem
rever suas armas de destruição
em massa, "mas especialmente
o seu apoio às atividades terroristas".
Foi o mesmo que fez o britânico Tony Blair. Disse que não há
"absolutamente nenhum plano
de invadir a Síria". Mas acrescentou que o país não pode
manter "o apoio ao terrorismo,
que afeta o processo de paz no
Oriente Médio".
Seria tudo um jogo de pressão
para, no final, levar Israel a
aceitar o "mapa do caminho"
para a paz com uma nação palestina.
Falta avisar Richard Perle e os
outros "falcões".
Da CBN:
- Apesar das prisões e execuções de opositores de Fidel, o
Brasil não votará contra ele na
Comissão de Direitos Humanos
da ONU na próxima semana.
A exemplo do ditador, talvez o
governo Lula acredite que as
atenções estão todas direcionadas ao oriente, não à opressão
aqui do lado -ou àqueles que a
aceitam.
Nem todos, vale dizer. Quixotesco, Eduardo Suplicy tenta
montar uma comissão de senadores para ir a Cuba pedir a libertação dos recentes 78 presos
políticos.
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