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CASO SILVEIRINHA
Segundo CPI no Rio, Rodrigo Silveirinha fez ligações em 2002
Fiscal teria telefonado para Garotinho
FERNANDA DA ESCÓSSIA
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
Dados preliminares da CPI do
"Propinoduto" mostram que Rodrigo Silveirinha Corrêa, suspeito
de comandar um suposto esquema de corrupção na Fazenda estadual, ligou pelo menos três vezes
para a casa do ex-governador Anthony Garotinho (PSB) e de sua
mulher, a hoje governadora Rosinha Matheus. Os telefonemas foram feitos em 2002.
A informação foi divulgada ontem pela deputada Graça Mattos
(PSB), relatora dos dados resultantes da quebra do sigilo telefônico dos fiscais investigados. Segundo a deputada, as ligações foram feitas durante a campanha
eleitoral do ano passado, da casa
de Silveirinha para a casa de Garotinho no Cosme Velho (zona
sul), para onde o ex-governador e
sua mulher se mudaram após ele
deixar o cargo para disputar a
Presidência pelo PSB.
Silveirinha foi subsecretário de
Administração Tributária na gestão de Garotinho (1999 a abril de
2002) e trabalhou na campanha
eleitoral da governadora Rosinha.
Silveirinha, mais quatro fiscais e
sete auditores são investigados
sob suspeita de terem enviado irregularmente para a Suíça pelo
menos US$ 33,4 milhões. A CPI
foi criada pela Assembléia Legislativa para investigar o caso.
Quando o escândalo das contas
na Suíça foi divulgado, em janeiro, Garotinho disse que não tinha
ligação com Silveirinha e que ele
era "o sub do sub do sub".
Líder do PSB na Assembléia,
Graça Mattos minimizou a descoberta dos telefonemas. "É uma
coisa irrelevante. Não quer dizer
nada", afirmou, destacando que
não informou o fato a Garotinho.
Garotinho divulgou nota sobre
o caso: "Conforme amplamente
noticiado, o fiscal Rodrigo Silveirinha Corrêa fazia parte do grupo
de trabalho responsável pela área
tributária na campanha da Frente
Rio Esperança [de Rosinha] ao
governo do Rio de Janeiro. Nessa
época, nenhuma acusação pesava
contra o referido fiscal".
A deputada disse que foram encontrados telefonemas entre alguns dos fiscais investigados
-como Silveirinha, Carlos
Eduardo Pereira Ramos e Lúcio
Picanço- e deles para David Birman, ex-subsecretário de Receita
no governo Garotinho. As ligações aparecem tanto no governo
Garotinho quanto após todos deixarem os cargos públicos, inclusive no início de janeiro deste ano.
"Isso mostra que eles eram amigos, já que os telefonemas foram
feitos das casas de uns para casas
de outros. Aqui, todos negaram
ser amigos", disse Graça Mattos.
Os dados analisados se referem a
chamadas feitas dos telefones fixos dos fiscais, no período de 1999
até o início deste ano. A análise está sendo feita por técnicos do TCE
(Tribunal de Contas do Estado) à
disposição da CPI.
A CPI descobriu ainda que três
ex-deputados estaduais- Henry
Charles (PMDB), Laprovita Vieira (PPB) e André Luiz (PMDB)-
receberam ligações do lobista Romeu Sufan, que aparece numa fita
de vídeo pedindo US$ 3 milhões a
diretores da Light, em 1999, em
troca do fim de uma fiscalização
na empresa. Procurados pela Folha, os ex-deputados Charles,
Vieira e Luiz não foram achados.
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