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Governo rejeita contraproposta da PF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo rejeitou uma contraproposta feita ontem pelos policiais federais em greve. Eles decidiram continuar a paralisação
mesmo com as ameaças de corte
de ponto e entregaram um ofício
ao Ministério da Justiça no qual
dizem que a proposta feita pelo
governo é "inadequada e antidemocrática".
Os agentes em greve optaram
por fazer a contraproposta para
tentar não fechar o canal com o
governo. Nela, os grevistas encaminharam propõem dividir o reajuste desejado (85%) em quatro
parcelas. A última seria paga em
dezembro de 2005.
"A contraproposta não é uma
contraproposta, pois é pior do
que a que tinham apresentado em
abril. E foi recusada", disse o ministro Márcio Thomaz Bastos
(Justiça). As negociações foram
iniciadas em dezembro.
O governo havia informado na
segunda-feira que iria descontar
os dias parados, caso os manifestantes não voltassem ao trabalho.
O prazo terminou ontem. Também informou que retiraria o plano e encerraria as negociações.
Com a recusa dos grevistas em
voltar ao trabalho, o Ministério da
Justiça, por meio de sua assessoria
de imprensa, afirmou que o corte
no pagamento seria imediato. A
categoria está em greve desde o
dia 9 de março. O próximo pagamento será no dia 2 de maio. O
desconto será retroativo ao mês
passado.
"A greve é um fato que tentamos resolver de todas as maneiras. Tivemos uma mesa aberta de
negociação durante trinta e tantos
dias, mas eles não aceitaram a
nossa proposta. Então estamos
retirando a nossa proposta e vamos tomar todas as providências
que se fizerem necessárias nesse
caso", afirmou o ministro Thomaz Bastos.
O Ministério da Justiça ofereceu
um reajuste linear de 17%, a liberação de R$ 60 milhões de suplementação orçamentária, a discussão de um projeto de lei para a reformulação da carreira e a contratação de mais pessoal.
Agentes, papiloscopistas e escrivães afirmam que o governo não
respeita uma lei de 1996, pois não
paga vencimentos de nível superior para a categoria. O Ministério
da Justiça contesta e diz que já
reajustou os salários quando a lei
foi implementada.
O ofício enviado ao ministério
afirma que os manifestantes "não
concordam com os termos da
proposta apresentada". Eles consideraram a proposta "inadequada e antidemocrática", pois
"ameaça encerrar as negociações
de forma unilateral". "O encerramento das negociações não contribui para nada."
Operação padrão
A Justiça Federal de São Paulo
decidiu em liminar que a operação padrão, que causou filas nos
aeroportos, não é ilegal, pois os
agentes de polícia apenas cumprem o que determina a lei. "A
submissão de todos os passageiros ao procedimento de revista,
antes realizado por amostragem,
não pode ser tachada de ilegal,
ainda que provoque transtornos,
os quais poderiam ser evitados
com o aumento do número de
servidores", diz o texto da juíza
Paula Mantovani Avelino.
A decisão contradiz outra da
Justiça Federal de Brasília, que determinou o encerramento da operação padrão. Os grevistas, no entanto, descartam até o fim da semana a volta da medida.
A greve da PF atinge 80% dos
funcionários, segundo a assessoria de imprensa do órgão, ou 90%,
segundo o comando de greve.
(LUIS RENATO STRAUSS e IURI DANTAS)
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