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Defendo o futuro do meu filho, diz invasora
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Maria Barbosa da Silva, 62, saiu
do interior de Minas Gerais
acompanhada de três filhos, nora
e três netos. Mora num assentamento do MLST perto de Uberlândia. "Tô defendendo o futuro
dos meus filhos", disse.
Maria era uma das muitas mães
que participaram ontem da invasão do Ministério da Fazenda organizada pelo MLST. Durante as
seis horas e meia em que os sem-terra ficaram no prédio, o ministério parecia um assentamento.
Nos corredores, crianças eram
amamentadas, senhores conversavam com os "compadres" sentados no chão, enquanto os mais
jovens discutiam a "tática" para
lidar com os representantes do
governo. Em salas contíguas aos
dos secretários do ministro Palocci, alguns assistiam à televisão.
Por volta das 16h, a funcionária
da Receita Federal Célia Mariah
tentou convencer os manifestantes a deixar o prédio. Dizendo-se
"sertaneja", alegava que seria
mais fácil negociar do lado de fora
do ministério. Mal começou a falar e foi interrompida pelos sem-terra, que gritavam: "Arroz, feijão, Palocci é um ladrão". E ainda
teve de ouvir: "Ela pode ter sido
do sertão, mas hoje trabalha para
o Palocci e está de barriga cheia".
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