São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 2005

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Defendo o futuro do meu filho, diz invasora

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Maria Barbosa da Silva, 62, saiu do interior de Minas Gerais acompanhada de três filhos, nora e três netos. Mora num assentamento do MLST perto de Uberlândia. "Tô defendendo o futuro dos meus filhos", disse.
Maria era uma das muitas mães que participaram ontem da invasão do Ministério da Fazenda organizada pelo MLST. Durante as seis horas e meia em que os sem-terra ficaram no prédio, o ministério parecia um assentamento.
Nos corredores, crianças eram amamentadas, senhores conversavam com os "compadres" sentados no chão, enquanto os mais jovens discutiam a "tática" para lidar com os representantes do governo. Em salas contíguas aos dos secretários do ministro Palocci, alguns assistiam à televisão.
Por volta das 16h, a funcionária da Receita Federal Célia Mariah tentou convencer os manifestantes a deixar o prédio. Dizendo-se "sertaneja", alegava que seria mais fácil negociar do lado de fora do ministério. Mal começou a falar e foi interrompida pelos sem-terra, que gritavam: "Arroz, feijão, Palocci é um ladrão". E ainda teve de ouvir: "Ela pode ter sido do sertão, mas hoje trabalha para o Palocci e está de barriga cheia".


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