São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 2005

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DIPLOMACIA

Kirchner sinaliza boicote à cúpula árabe no Brasil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, tem enviado sinais de que não pretende participar da investida externa mais ousada do Brasil neste ano, a reunião de cúpula dos 22 países árabes com os 12 da América do Sul, no próximo mês, em Brasília.
A ameaça de Kirchner causa constrangimento ao Brasil, que é o anfitrião do encontro -que é inédito- e o principal sócio do Mercosul. Aumenta, também, a situação de desconforto nas relações entre os dois países.
Não seria a primeira vez que o presidente argentino se recusaria a vir a uma reunião de presidentes no Brasil. Em novembro de 2004, ele faltou à reunião da Cúpula do Rio, que reúne países da América do Sul e do Caribe, sem apresentar justificativas convincentes.
Na avaliação de setores da diplomacia brasileira, o comportamento de Kirchner reflete o ressentimento do governo argentino diante do protagonismo do Brasil no plano internacional. Kirchner também tem se manifestado contra a pretensão brasileira de obter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Ontem, o embaixador argentino Juan Pablo Lohlé disse temer que isso "aumente o desequilíbrio" na organização. Além disso, a Argentina não endossa a candidatura do embaixador brasileiro Luiz Felipe Seixas Corrêa para a direção geral da OMC.

Cúpula árabe
Dos 34 países previstos para a Cúpula dos países árabes com os sul-americanos, cerca de 15 já confirmaram que enviarão seus chefes de Estado. A expectativa é que o Itamaraty gaste com o encontro cerca de 60% de seu orçamento para eventos deste ano, de R$ 14 milhões.


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