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GRANDE FAMÍLIA
Ministro defende nomeação de mulheres de ministros por serem servidoras públicas e diz que não há favorecimento
Denúncia de nepotismo é calúnia, diz Dirceu
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro José Dirceu (Casa
Civil) disse ontem que não é nepotismo a nomeação de mulheres
de ministros para cargos de confiança. Para ele, a ligação feita
com denúncias recentes de favorecimento em cargos no Legislativo é "mentirosa" e "caluniosa".
"Trata-se de uma afirmação
mentirosa e caluniosa de parte
dos parlamentares que a fizeram.
Eu repilo porque se trata de servidores públicos. No caso dela [sua
mulher, Maria Rita Garcia de Andrade], há 27 anos no serviço público, tem direito legal de trabalhar em Brasília, na medida em
que estou vivendo em Brasília."
A Folha mostrou ontem que parentes de seis ministros foram nomeados para cargos de confiança
no Executivo e no Legislativo. Outros quatro ministros tiveram parentes nomeados antes de eles assumirem seus ministérios. Em vários casos, os familiares são concursados, mas foram alçados para
cargos mais elevados.
O tema foi debatido na sessão
da Comissão de Constituição e
Justiça da Câmara de quarta-feira,
quando foram aprovadas as propostas de emenda constitucional
que proíbem o nepotismo.
A mulher de Dirceu é concursada pela Fundação Faria Lima desde 1976, e hoje é assessora na Escola Nacional de Administração
Pública. Dirceu também defendeu a mulher do ministro Antonio Palocci (Fazenda), Margareth
Rose da Silva Palocci, assessora
técnica da Fundação Nacional de
Saúde desde 2003 e concursada
pela Prefeitura de Ribeirão Preto.
Um dos projetos de emenda
aprovados é de autoria de Dirceu.
"Sempre defendi o fim do nepotismo. Acho muito importante
para o país que tenha ocorrido a
aprovação [na Câmara]."
Senadores apoiaram a proposta
aprovada na Câmara e criticaram
o chamado "nepotismo cruzado"
(emprego de parentes no gabinete
de outros parlamentares).
Avião
Em Minas, deputados estaduais
de oposição ao PT pediram à Procuradoria da República investigação sobre suposto uso de aviões
da FAB (Força Aérea Brasileira)
pelos ministros Dirceu, Nilmário
Miranda (Direitos Humanos) e
Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), em viagem a Belo Horizonte para participar da inauguração da ONG Instituto Minas Cidadania, na segunda-feira.
A assessoria de Dirceu afirmou
que ele foi para Minas em avião
comercial e retornou a Brasília em
avião da FAB para "o restante da
agenda do dia". Nilmário disse
que, por causa de outro evento em
sua agenda, usou um avião da hidrelétrica de Furnas para ir a Belo
Horizonte. Para voltar a Brasília,
disse, usou vôo comercial. A assessoria de Ananias disse que ele
usou avião da FAB para ir de São
Paulo a Belo Horizonte, onde mora, e de lá a Brasília, no dia seguinte.
(LEILA SUWWAN E FERNANDA KRAKOVICS)
Colaborou a Agência Folha
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