São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 2005

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GRANDE FAMÍLIA

Ministro defende nomeação de mulheres de ministros por serem servidoras públicas e diz que não há favorecimento

Denúncia de nepotismo é calúnia, diz Dirceu

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro José Dirceu (Casa Civil) disse ontem que não é nepotismo a nomeação de mulheres de ministros para cargos de confiança. Para ele, a ligação feita com denúncias recentes de favorecimento em cargos no Legislativo é "mentirosa" e "caluniosa".
"Trata-se de uma afirmação mentirosa e caluniosa de parte dos parlamentares que a fizeram. Eu repilo porque se trata de servidores públicos. No caso dela [sua mulher, Maria Rita Garcia de Andrade], há 27 anos no serviço público, tem direito legal de trabalhar em Brasília, na medida em que estou vivendo em Brasília."
A Folha mostrou ontem que parentes de seis ministros foram nomeados para cargos de confiança no Executivo e no Legislativo. Outros quatro ministros tiveram parentes nomeados antes de eles assumirem seus ministérios. Em vários casos, os familiares são concursados, mas foram alçados para cargos mais elevados.
O tema foi debatido na sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de quarta-feira, quando foram aprovadas as propostas de emenda constitucional que proíbem o nepotismo.
A mulher de Dirceu é concursada pela Fundação Faria Lima desde 1976, e hoje é assessora na Escola Nacional de Administração Pública. Dirceu também defendeu a mulher do ministro Antonio Palocci (Fazenda), Margareth Rose da Silva Palocci, assessora técnica da Fundação Nacional de Saúde desde 2003 e concursada pela Prefeitura de Ribeirão Preto.
Um dos projetos de emenda aprovados é de autoria de Dirceu. "Sempre defendi o fim do nepotismo. Acho muito importante para o país que tenha ocorrido a aprovação [na Câmara]."
Senadores apoiaram a proposta aprovada na Câmara e criticaram o chamado "nepotismo cruzado" (emprego de parentes no gabinete de outros parlamentares).

Avião
Em Minas, deputados estaduais de oposição ao PT pediram à Procuradoria da República investigação sobre suposto uso de aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) pelos ministros Dirceu, Nilmário Miranda (Direitos Humanos) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), em viagem a Belo Horizonte para participar da inauguração da ONG Instituto Minas Cidadania, na segunda-feira.
A assessoria de Dirceu afirmou que ele foi para Minas em avião comercial e retornou a Brasília em avião da FAB para "o restante da agenda do dia". Nilmário disse que, por causa de outro evento em sua agenda, usou um avião da hidrelétrica de Furnas para ir a Belo Horizonte. Para voltar a Brasília, disse, usou vôo comercial. A assessoria de Ananias disse que ele usou avião da FAB para ir de São Paulo a Belo Horizonte, onde mora, e de lá a Brasília, no dia seguinte. (LEILA SUWWAN E FERNANDA KRAKOVICS)


Colaborou a Agência Folha


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