São Paulo, quinta, 15 de maio de 1997.



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Oposição perde e Senado vota a reeleição na quarta

RAQUEL ULHÔA
da Sucursal de Brasília

Fracassou ontem a segunda tentativa feita pela oposição, no Senado, de interromper a tramitação da emenda da reeleição na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), em função das denúncias de corrupção na votação da Câmara publicadas pela Folha.
O governo conseguiu derrubar -por 16 votos a 7- requerimento do líder do bloco da oposição (PT, PDT, PSB e PPS), José Eduardo Dutra (PT-SE), pedindo o adiamento da votação do parecer do senador Francelino Pereira (PFL-MG) sobre as quatro emendas oferecidas em plenário à proposta da reeleição.
Rejeitado o requerimento de Dutra, a CCJ passou a votar as quatro emendas separadamente. Todas foram rejeitadas. Foi mantido o parecer de Francelino, favorável à emenda da reeleição com o mesmo texto aprovado pela Câmara.
A emenda -que permite a reeleição do presidente da República, de governadores e de prefeitos sem a desincompatibilização (afastamento) dos cargos- será votada em primeiro turno no plenário do Senado na próxima quarta-feira.
No dia anterior, o governo havia conseguido uma vitória sobre a oposição ao rejeitar, também na CCJ, requerimento do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) pedindo que a tramitação da emenda na CCJ fosse sobrestada (suspensa), até que a Câmara apurasse as denúncias.
Ontem, ao apresentar outro requerimento, Dutra argumentou que surgiram "fatos novos".
O líder do governo no Senado, Elcio Alvares (PFL-ES), contestou. "Isso é toada de realejo. O que a oposição quer é impedir a reeleição", disse.
O líder do PPB, Epitácio Cafeteira (MA), que apoiou o adiamento da votação, acusou o Senado de agir como "autista" (pessoa desligada da realidade exterior).



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