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São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2003

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Lula nega que fará campanha em 2004

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No almoço com as bancadas do PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não participará da campanha para as eleições de prefeito em 2004. Esse é um dos principais temores da sigla, já que nas últimas eleições o partido tem perdido espaço nos Estados e municípios.
Lula disse ainda que o eventual ingresso do partido na base do governo não implica que a legenda não tenha candidato à Presidência em 2006. É um argumento que tem sido usado, no PMDB, pelo grupo que se opõe ao entendimento com o Planalto.
Nas próximas eleições, o temor do PMDB -e também dos outros partidos na oposição- é que o PT, além da máquina administrativa, use o prestígio de Lula nos palanques.
A situação é tensa entre as duas siglas em pelo menos dois Estados, Rio Grande do Sul e Pernambuco, e no Distrito Federal. Em menor escala, há disputa também em Santa Catarina e no Paraná -o PMDB é governo nos quatro Estados e no DF.
A luz amarela se acendeu no PMDB quando Lula lançou a candidatura de Marta Suplicy, prefeita petista de SP, à reeleição. Mas no almoço Lula insistiu que não participará da campanha.
Dentro do governo a partir do final do ano, e com cargos no segundo e terceiro escalão, os peemedebistas acreditam que podem evitar o atropelamento do PT na eleição do ano que vem.
O PMDB tem diretórios em 3.809 municípios e elegeu 1.253 prefeitos em 2000. Essa tem sido a força do partido, que, apesar de não ter apresentado candidatos competitivos nas eleições presidenciais, tem conseguido manter o controle político de alguns Estados importantes. Na eleição do ano passado, por exemplo, fez todos os governadores do "Cone Sul" - os Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Entrando no governo, o PMDB espera atrair novas filiações, invertendo a tendência de defecções verificadas nos partidos de oposição. Além de dissidentes tucanos, os peemedebistas contam com a filiação de pelo menos um governador de Estado: Paulo Hartung (PSDB-ES). (RAYMUNDO COSTA E FERNANDO RODRIGUES)


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