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AGENDA NEGATIVA
São 4,4% dos funcionários da ativa
Governo estima que a greve geral tem a adesão de 22 mil servidores
LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os números oficiais do primeiro balanço da greve geral dos servidores apontam que 22 mil estão
parados. O quadro, que foi divulgado ontem pelo Ministério do
Planejamento, representa 4,4%
dos funcionários da ativa.
O comando da greve dos servidores discorda dos números oficiais e estima que a paralisação
atinja 25% da categoria.
Segundo o secretário de Recursos Humanos do Ministério do
Planejamento, Sérgio Mendonça,
não há uma paralisação geral que
tenha sido deflagrada nesta semana. "Não há uma greve geral de fato. Há, sim, greves específicas."
Nove categorias estão com funcionários parados. As paralisações mais preocupantes, para
Mendonça, são a do Incra (Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária) e a do INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social), que, respectivamente, atingem 70% e 23% das categorias.
Numa pauta comum, os servidores pedem, principalmente, aumento salarial emergencial de
50,19%, incorporação das gratificações, criação de uma data-base
e reestruturação do plano de carreira. O governo oferece reajustes
diferenciados de 9,5% a 29,38%
para os aposentados e de 12,85% a
32,27% para o pessoal da ativa. O
dia 21 foi estabelecido como prazo
final para as categorias aceitarem
a proposta, ou ela será retirada.
"O prazo também está no processo de negociação. Se a negociação está indo bem, não vai ser por
24 horas ou 48 horas que nós vamos fechar a porta", disse Mendonça. Para ele, na próxima semana, serão fechados os acordos.
Mas, apesar de os números da
paralisação serem considerados
amenos, elas têm afetado o país.
No caso da Polícia Federal, além
das filas nos aeroportos causadas
pela operação padrão, houve uma
queda no mês de abril de 83% nos
inquéritos instaurados (de 4.300
para 750) e de 73% na apreensão
de drogas (de 14,1 toneladas para
3,8 toneladas), em relação ao mesmo período do ano passado. A
greve durou do dia 9 de março até
o início desta semana.
No caso do INSS, a paralisação,
que foi iniciada no dia 20 do mês
passado, causou uma queda de
37,5% no número de pedidos de
benefícios da Previdência Social.
De acordo com empresários ouvidos pela Folha, a greve dos auditores da Receita Federal, deflagrada no dia 26 de abril, tem causado demora na liberação de documentos e de cargas nos portos,
aeroportos e postos de fronteira.
Já a paralisação do Incra, que foi
iniciada na última semana, pode
comprometer as metas do governo na reforma agrária. Os servidores decidiram ontem continuar
a greve por mais uma semana.
O principal embate entre grevistas e o governo está na questão da
política de gratificações. Segundo
os servidores em greve, há hoje 42
tipos de gratificação. Um funcionário pode ter um salário nominal de R$ 500, mas que, somado
aos extras recebidos, eleva o valor
final para R$ 1.000. Os grevistas
querem que as gratificações sejam
incorporadas ao vencimento.
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