São Paulo, sábado, 15 de maio de 2004

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Pré-candidatos do PT terão ajuda do partido para defender governo Lula

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das maiores preocupações do PT para as eleições deste ano é municiar seus militantes e candidatos a prefeito e a vereador com informações para responder aos ataques que vêm sendo feitos -até por aliados- ao governo Luiz Inácio Lula da Silva. O partido informou ontem que o presidente não participará diretamente das campanhas municipais.
Para transmitir essas informações, o partido reuniu cerca de 1.500 pré-candidatos e militantes de todos os Estados em um encontro nacional num hotel de luxo em São Paulo. O evento começou ontem e termina hoje.
O presidente nacional do PT, José Genoino, repetiu ontem várias vezes que o objetivo do encontro é unificar o discurso petista em todo o país. Para ajudar, chamou ministros como José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci (Fazenda) para dar palestras.
A imprensa não teve acesso às conferências dos ministros, mas petistas afirmaram que Dirceu recomendou que os candidatos priorizassem as questões municipais -em vez de "federalizar" as campanhas locais-, mas que não deixassem de responder às críticas ao governo federal. Palocci, segundo participantes do encontro, voltou a defender os avanços da política econômica.
É com esse tipo de munição que os petistas pretendem "afastar de nossas fileiras os urubus do derrotismo", como disse ontem em seu discurso a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy.
Os demais líderes petistas que discursaram na abertura do evento ofereceram argumentos aos presentes. O presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), por exemplo, afirmou que Lula alcançou a estabilidade política e econômica. "Foram medidas duras e amargas [na economia], muitas vezes contra nossa vontade pessoal, mas o governo trabalhou com maestria."
A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), disse que é fundamental que os petistas se orgulhem de ser governo. "O PT fez 24 anos neste ano. Esse é um número emblemático. Temos que assumir que agora somos governo."
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), líder do governo na Casa, alfinetou os tucanos lembrando que o presidente Lula já foi apontado como um dos homens mais influentes do mundo. "Porque foi dormir no palácio da rainha ou porque é poliglota [como Fernando Henrique Cardoso]? Não. Porque age na política externa com a cabeça erguida."
Quem respondeu às críticas de que o governo petista exagera no número de conselhos e reuniões foi o ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência): "As reuniões são um instrumento da democracia. É falsa a idéia de que uma pessoa resolve tudo sozinha dentro de um gabinete. Basta lembrar que aprovamos duas reformas [tributária e previdenciária] em um ano. Os oito anos anteriores foram de autoritarismo".
Segundo José Genoino, Lula não participará das campanhas municipais do partido. "Ele estará governando o país. O grande cabo eleitoral será o próprio PT." (RW)



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