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Pré-candidatos do PT terão ajuda do
partido para defender governo Lula
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das maiores preocupações
do PT para as eleições deste ano é
municiar seus militantes e candidatos a prefeito e a vereador com
informações para responder aos
ataques que vêm sendo feitos
-até por aliados- ao governo
Luiz Inácio Lula da Silva. O partido informou ontem que o presidente não participará diretamente das campanhas municipais.
Para transmitir essas informações, o partido reuniu cerca de
1.500 pré-candidatos e militantes
de todos os Estados em um encontro nacional num hotel de luxo em São Paulo. O evento começou ontem e termina hoje.
O presidente nacional do PT,
José Genoino, repetiu ontem várias vezes que o objetivo do encontro é unificar o discurso petista em todo o país. Para ajudar,
chamou ministros como José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci
(Fazenda) para dar palestras.
A imprensa não teve acesso às
conferências dos ministros, mas
petistas afirmaram que Dirceu recomendou que os candidatos
priorizassem as questões municipais -em vez de "federalizar" as
campanhas locais-, mas que não
deixassem de responder às críticas ao governo federal. Palocci,
segundo participantes do encontro, voltou a defender os avanços
da política econômica.
É com esse tipo de munição que
os petistas pretendem "afastar de
nossas fileiras os urubus do derrotismo", como disse ontem em
seu discurso a prefeita de São
Paulo, Marta Suplicy.
Os demais líderes petistas que
discursaram na abertura do evento ofereceram argumentos aos
presentes. O presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), por exemplo, afirmou que Lula alcançou a estabilidade política e econômica. "Foram medidas duras e amargas [na
economia], muitas vezes contra
nossa vontade pessoal, mas o governo trabalhou com maestria."
A líder do PT no Senado, Ideli
Salvatti (SC), disse que é fundamental que os petistas se orgulhem de ser governo. "O PT fez 24
anos neste ano. Esse é um número
emblemático. Temos que assumir
que agora somos governo."
O senador Aloizio Mercadante
(PT-SP), líder do governo na Casa, alfinetou os tucanos lembrando que o presidente Lula já foi
apontado como um dos homens
mais influentes do mundo. "Porque foi dormir no palácio da rainha ou porque é poliglota [como
Fernando Henrique Cardoso]?
Não. Porque age na política externa com a cabeça erguida."
Quem respondeu às críticas de
que o governo petista exagera no
número de conselhos e reuniões
foi o ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência): "As reuniões são um instrumento da democracia. É falsa a idéia de que
uma pessoa resolve tudo sozinha
dentro de um gabinete. Basta
lembrar que aprovamos duas reformas [tributária e previdenciária] em um ano. Os oito anos anteriores foram de autoritarismo".
Segundo José Genoino, Lula
não participará das campanhas
municipais do partido. "Ele estará
governando o país. O grande cabo
eleitoral será o próprio PT."
(RW)
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