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Evangélico, Garotinho ganha apoio de Assembléia de Deus
DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com um discurso centrado em
"esperança e fé", o presidenciável
Anthony Garotinho (PSB), que é
evangélico, recebeu ontem o
apoio da Assembléia de Deus.
Cerca de 30% da Assembléia de
Deus já havia manifestado apoio
ao pré-candidato tucano, José
Serra. Eles seguem uma ala da
igreja que ficou conhecida por Assembléia de Deus Madureira,
mais restrita ao Rio de Janeiro.
Ontem, Garotinho abusou dos
elogios ao trabalho da igreja, classificou o governo de Fernando
Henrique Cardoso de "pecador",
porque "a avareza é um pecado na
vida", e encerrou o discurso dizendo que, caso eleito, vai tomar
as decisões norteado por Jesus.
"Não tomarei nenhuma decisão
sem fazer uma reflexão, sem fazer
uma pergunta: "em meus passos,
o que faria Jesus?'", afirmou, provocando aplausos de pastores da
Assembléia de Deus reunidos no
1º Fórum Nacional dos Políticos
da Assembléia de Deus.
Apesar do tom religioso marcado por oração e "aleluias", a reunião demonstrou a disposição
política de transformar seguidores evangélicos em cabos eleitorais. "Temos uma guerra declarada contra o pecado e contra o Satanás e agora vamos para uma
guerra política", afirmou o presidente da Convenção Geral das Assembléias de Deus do Brasil, Wellington Bezerra da Costa, conclamando "todos os irmãos" a trabalhar para eleger Garotinho.
"Não temos eleitores, temos
ovelhas. Mas somos pastores e
queremos despertar o povo para
exercer a cidadania. Pagamos impostos e queremos decidir o futuro político do Brasil", disse Costa.
Em números, esse discurso pode ser traduzido em 20 mil pastores arregimentando fiéis, que, por
sua vez, vão às ruas em busca de
votos. Segundo o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), há 8 milhões de evangélicos
ligados à Assembléia de Deus. O
dado é contestado pela congregação, que estima em 18 milhões o
número de membros, simpatizantes e frequentadores.
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