São Paulo, sábado, 15 de junho de 2002

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Evangélico, Garotinho ganha apoio de Assembléia de Deus

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com um discurso centrado em "esperança e fé", o presidenciável Anthony Garotinho (PSB), que é evangélico, recebeu ontem o apoio da Assembléia de Deus.
Cerca de 30% da Assembléia de Deus já havia manifestado apoio ao pré-candidato tucano, José Serra. Eles seguem uma ala da igreja que ficou conhecida por Assembléia de Deus Madureira, mais restrita ao Rio de Janeiro.
Ontem, Garotinho abusou dos elogios ao trabalho da igreja, classificou o governo de Fernando Henrique Cardoso de "pecador", porque "a avareza é um pecado na vida", e encerrou o discurso dizendo que, caso eleito, vai tomar as decisões norteado por Jesus.
"Não tomarei nenhuma decisão sem fazer uma reflexão, sem fazer uma pergunta: "em meus passos, o que faria Jesus?'", afirmou, provocando aplausos de pastores da Assembléia de Deus reunidos no 1º Fórum Nacional dos Políticos da Assembléia de Deus.
Apesar do tom religioso marcado por oração e "aleluias", a reunião demonstrou a disposição política de transformar seguidores evangélicos em cabos eleitorais. "Temos uma guerra declarada contra o pecado e contra o Satanás e agora vamos para uma guerra política", afirmou o presidente da Convenção Geral das Assembléias de Deus do Brasil, Wellington Bezerra da Costa, conclamando "todos os irmãos" a trabalhar para eleger Garotinho.
"Não temos eleitores, temos ovelhas. Mas somos pastores e queremos despertar o povo para exercer a cidadania. Pagamos impostos e queremos decidir o futuro político do Brasil", disse Costa.
Em números, esse discurso pode ser traduzido em 20 mil pastores arregimentando fiéis, que, por sua vez, vão às ruas em busca de votos. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há 8 milhões de evangélicos ligados à Assembléia de Deus. O dado é contestado pela congregação, que estima em 18 milhões o número de membros, simpatizantes e frequentadores.



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