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Ministro volta a criticar propostas "populistas" da oposição
Malan devolve ironia e rejeita ajuda de Lula contra a crise
RICARDO REGO MONTEIRO
DA SUCURSAL DO RIO
O governo Fernando Henrique
Cardoso não precisa de ajuda da
oposição para minimizar a turbulência financeira vivida pelo país
nas últimas semanas, disse ontem
no Rio o ministro da Fazenda, Pedro Malan. Na quinta-feira, em
tom irônico, o candidato do PT à
Presidência, Luiz Inácio Lula da
Silva, havia oferecido ajuda ao governo para tentar conter a turbulência do mercado financeiro.
Sem citar o nome do petista, o
ministro afirmou, em discurso
durante almoço com empresários, que o governo pretende
exercer suas funções até o último
dia do mandato de Fernando
Henrique Cardoso.
"Este governo não se exime de
suas responsabilidades e não fugirá, como nunca fugiu, à responsabilidade de exercer o governo até
o final. Não precisamos de nenhum recado, de quem quer que
seja, sobre as nossas responsabilidades a esse respeito", afirmou.
O ministro voltou a criticar o
que classificou de "propostas populistas, messiânicas e salvacionistas" dos candidatos de oposição. Ele reafirmou que a estabilidade não está garantida e que sua
preservação depende de uma administração equilibrada das políticas monetária (juros), cambial
(dólar) e fiscal (gastos públicos).
Sobre a política monetária, Malan defendeu mais uma vez a manutenção do atual sistema de metas de inflação, fortemente criticado pelos candidatos de oposição,
que defendem sua flexibilização
ou extinção.
Com relação aos juros, o ministro afirmou que a retomada do
crescimento, de forma sustentada
e duradoura, depende do aumento da produtividade do setor privado. Só assim, disse o ministro, o
país poderá crescer sem comprometer a estabilidade.
Hiperinflação
Malan afirmou que a estabilidade não representa uma conquista
irreversível do país. Ele disse que,
dependendo das medidas adotadas pelo próximo governo, o país
poderá novamente viver dias de
hiperinflação.
A estabilidade, de acordo com
Malan, depende, entre outras coisas, da manutenção de superávits
primários de 3,75% pelo próximo
governo.
O ministro defendeu a política
social do governo, citando um estudo que disse estar em fase de
conclusão pelo Bird (Banco Mundial). Segundo ele, o documento
aponta melhorias em indicadores
da área social, como analfabetismo e mortalidade infantil.
Malan afirmou que, apesar da
alta média nacional de analfabetismo (cerca de 13% da população), o indicador torna-se mais
favorável ao governo se analisadas as taxas das regiões Sudeste e
Sul do país.
Segundo o ministro, elas alcançam isoladamente médias equivalentes aos índices de alguns países
desenvolvidos.
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