São Paulo, sábado, 15 de junho de 2002

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Escolha do candidato a vice divide PSB

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

O PSB está dividido na escolha do vice na chapa do presidenciável Anthony Garotinho. Pelo menos três grupos lutam pela indicação, além de Garotinho, que internamente tenta emplacar o deputado estadual João Leite (MG).
O comando da campanha fará uma reunião amanhã para começar a discutir o tema. O PSB planeja esperar o resultado das convenções do PMDB e do PL para oficializar a decisão, mas a tendência predominante é a formação de uma chapa "puro-sangue".
O grupo mais forte é o do ex-governador e presidente nacional do PSB, Miguel Arraes, que defende um vice que dê um cunho mais intelectualizado à chapa presidencial. A intenção é quebrar a forte resistência que Garotinho ainda sofre entre eleitores de renda mais alta. Pela última pesquisa do Datafolha, o ex-governador do Rio está em quarto lugar na corrida presidencial neste segmento.
O nome mais forte é o do economista Luciano Coutinho, professor da Unicamp e crítico da política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso. Coutinho não quis comentar o assunto.
Um segundo grupo, liderado pelo coordenador geral da campanha, Márcio França, defende uma indicação do Sul, onde Garotinho tem seu pior desempenho -10% das intenções, segundo a última pesquisa do Datafolha.
"O gaúcho é muito bairrista. Com um vice do Sul, poderíamos conquistar votos para Garotinho e ainda quebrar a hegemonia do PT e do PSDB", afirma França, para quem o deputado Ezídio Pinheiro (RS) seria uma boa opção.
Internamente, Garotinho defende o ex-goleiro João Leite, que, além de ter sido o deputado estadual mineiro mais votado nas últimas eleições, é do Estado com o segundo colégio eleitoral do país.
"A característica mais importante do vice é a sua força política. João Leite agrega votos na juventude, porque tem como plataforma eleitoral o esporte, e ainda é mineiro", diz o deputado Alexandre Cardoso (RJ). Leite tem relutado em aceitar o convite.
Correndo por fora, há o ex-prefeito de Diadema (SP) Gilson Menezes, que já se colocou à disposição do partido. Ele é apoiado por membros do PSB paulista.



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