São Paulo, sábado, 15 de junho de 2002

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Nome de Ricardo Sérgio é usado como chamariz

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O nome de Ricardo Sérgio de Oliveira está sendo usado por Honor Rodrigues da Silva para dar credibilidade ao "dossiê Luxemburgo", segundo informações que chegaram à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, devido às suspeitas sobre a relação do ex-diretor da Área Internacional do Banco do Brasil com tucanos.
Informantes da PF dizem que as últimas reportagens sobre Ricardo Sérgio ajudam Honor a alimentar o interesse pelo "dossiê Luxemburgo".
Recentemente, a mídia publicou que empresas ligadas a Ricardo Sérgio movimentaram contas em paraísos fiscais do Caribe e que ele, quando diretor do Banco do Brasil, teria feito um pedido de propina para ajudar o empresário Benjamin Steinbruch a comprar a Vale do Rio Doce, em 1997.
Ricardo Sérgio, que nega todas as acusações, foi indicado para o governo em 1995, por Sérgio Motta e por José Serra, candidato a presidente que o PSDB oficializa hoje.
No depoimento à PF, João Barusco, ex-sócio de Honor, conta que o nome de Ricardo Sérgio apareceu logo no início da trama do dossiê Caribe.
Segundo Barusco, Honor disse que em 1998 ouviu Oscar de Barros, um personagem da gênese do dossiê Caribe, lhe relatar que "tinha o contato com um advogado que possuía os documentos da conta que envolvia o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e os tucanos a ele ligados".
Barusco diz que Honor falou que Oscar, que cumpre pena de prisão em Miami por tentativa de lavagem de dinheiro e sempre negou envolvimento no dossiê, afirmava que "a conta teria sido movimentada pelo falecido ministro das Comunicações Sérgio Motta e, em seguida, por uma pessoa de nome Ricardo Sérgio".
Oscar era dono da Overland Advisory Services, empresa especializada na abertura de contas em paraísos fiscais. Quando alimenta a versão da existência de uma conta da cúpula tucana no exterior, Honor menciona o nome de Ricardo Sérgio como operador dos tucanos. Nas conversas reservadas, inclusive com a Folha, Honor usava o expediente. (KA)


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