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São Paulo, domingo, 15 de junho de 2003

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PREVIDÊNCIA

Servidores aprovam greve geral para julho

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Representantes dos servidores públicos federais aprovaram ontem a realização de greve nacional por tempo indeterminado, a partir do dia 8 de julho, pela retirada da proposta da reforma da Previdência Social enviada pelo governo Lula ao Congresso.
Essa será a primeira paralisação geral do funcionalismo no governo Lula. Pela primeira vez, também, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) posicionou-se contra a mobilização, defendendo a negociação de mudanças na emenda constitucional.
"Será a primeira greve, mas o PT já está acostumado porque em administrações estaduais e municipais já enfrentamos paralisações. Poucas, mas conseguimos sempre negociar", disse o líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino.
Antes da deliberação, os cerca de 350 delegados sindicais reunidos em Brasília vaiaram a dirigente da CUT Denise Motta e integrantes da tendência Articulação, do PT, quando eles defenderam ajustes na reforma, em vez da retirada da emenda constitucional.
A maioria da plenária ficou de pé para vaiar e gritar palavras de ordem contra a reforma previdenciária quando o servidor da seguridade social em Pernambuco Irineu de Araújo, da Articulação, disse que as entidades do funcionalismo deveriam lutar agora por mudar a proposta do governo Lula e não por retirá-la.
"Se não fizermos isso, seremos mais uma vez derrotados como fomos na reforma previdenciária anterior e na reforma administrativa. Não podemos só ser do contra, do contra e do contra", afirmou. Em reação, os delegados sindicais gritaram, de pé: "Sou da luta, sou radical. Essa reforma é do Banco Mundial". Em seguida, foi a vez da dirigente da CUT Denise Motta tentar expor as idéias da entidade sobre a Previdência. Ela foi interrompida várias vezes por vaias e palavras de ordem, como "1, 2, 3, 4, 5 mil, ou pára essa reforma ou paramos o Brasil".
A plenária foi promovida pela Confederação Nacional das Entidades dos Servidores Públicos, que reúne 11 sindicatos e 850 mil trabalhadores, incluindo professores e servidores de universidades e de escolas técnicas.


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