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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Complicou
Determinados a absolver Renan Calheiros (PMDB-AL) a qualquer custo, senadores reagiram com constrangimento à reportagem do "Jornal Nacional" que
desconstruiu os papéis apresentados pelo presidente
da Casa na tentativa de comprovar rendimentos com
venda de gado que teriam servido para pagar pensão e
outras despesas da ex-namorada, mãe de sua filha.
Alguns se recusaram a comentar o assunto, temerosos de contrariar Renan. Outros repetiam a explicação do peemedebista, segundo quem a TV teria mostrado denúncias já veiculadas, sem sucesso, na campanha eleitoral. Quase todos, porém, concordam em
um ponto: depois do que foi exibido, o desgaste de enterrar hoje de maneira vapt-vupt o processo contra
Renan no Conselho de Ética, como deseja a maioria
de seus membros, será muito, muito maior.
Dá que é meu. A trégua
entre os goianos Demóstenes
Torres (DEM) e Marconi Perillo (PSDB) não durou um
dia. Sem acordo sobre quem
leria o voto em separado contra o arquivamento do processo de Renan, decidiram redigir dois. Jefferson Peres
(PDT-AM) fará um terceiro.
W.O. O difícil será achar senadores do DEM para engrossar o coro dos que querem
apresentar o voto contrário
ao arquivamento. Heráclito
Fortes (PI) e Aldemir Santana
(DF) estão no exterior. Os suplentes Maria do Carmo (SE)
e Jonas Pinheiro (MT) relutam em votar contra Renan.
Hard core. Do governador
do Paraná, Roberto Requião
(PMDB), sobre o irmão de Lula: "Conheço Vavá e não há
lobby possível de ser feito por
ele. Veja a sua vida. Só se fosse
lobby para promover a miséria de sua existência".
Boca de siri. Depois da
entrevista em que lançou a tese da "ingenuidade" de Vavá, o
advogado Nelson Afonso passou ser mais comedido. Agora
diz que a base da defesa da
suspeita de tráfico de influência levantada pela PF não será
a do "inocente útil".
Ao vivo. No período que
Afonso passou em Campo
Grande analisando os autos
do inquérito da Operação Xeque-Mate, as conversas telefônicas com Vavá foram todas
breves. O advogado terá hoje,
em São Paulo, seu segundo tête-a-tête com o irmão de Lula.
Bola cantada. A alegada
surpresa de Lula com as atividades clandestinas do compadre Dario Morelli não é compartilhada por quem esteve
no primeiro mandato. Um ex-ministro conta que já no início do governo cortou conversa com Morelli ao perceber
que ele era "problema".
Cheguei. Na manhã de ontem, enquanto o Planalto não
confirmava nem desmentia a
posse de Mangabeira Unger
na Secretaria Especial de Planejamento Estratégico, marcada para terça, o professor de
Harvard já inspecionava a piscina e a sala de ginástica do
hotel Blue Tree, em Brasília,
onde cogita fixar residência.
Mão-de-gato. Há quem veja o dedo do governo no empenho da direção petista em
salvar a proposta do voto em
lista, mesmo que "flexível".
Holofote. O PT criou comissão sobre a "lista flexível"
a fim de evitar que seu Diretório Nacional fosse convocado.
Mas o presidente da sigla, Ricardo Berzoini, insiste em
reuni-lo na segunda. Quer
mostrar "unidade partidária".
Consulta. Na barafunda de
propostas sobre a reforma política, um grupo comandado
por Miro Teixeira (PDT-RJ)
passou a sugerir a realização
de plebiscito em outubro para
que o eleitor escolha como
quer votar para deputado.
Trata-se de idéia que José
Dirceu já havia defendido.
Visita à Folha. Wellington Dias (PT), governador do
Piauí, visitou ontem a Folha.
Estava acompanhado de Ricardo Pontes, assessor, e de
Paula Menna Barreto, diretora da FSB Comunicações e assessora de imprensa.
Tiroteio
"Não dá para entender este governo: o ministro
Mares Guia passou quatro anos combatendo
o turismo sexual; agora vem a ministra
Marta Suplicy e parece querer estimulá-lo".
Do senador HERÁCLITO FORTES (DEM-PI) sobre o "relaxa e goza" sugerido pela petista às vítimas dos infindáveis transtornos nos aeroportos.
Contraponto
Relax aérea
Durante vôo que o levou ontem de Brasília ao Rio, Lula
chamou para perto de si os ministros a bordo: Tarso Genro (Justiça), José Temporão (Saúde), Miguel Jorge (Desenvolvimento), Orlando Silva (Esporte) e Marta Suplicy
(Turismo). A ex-prefeita tomou a iniciativa de comentar a
saia-justa que criara na véspera ao fazer sugestão heterodoxa aos usuários do caótico transporte aéreo nacional,
pelo que já havia pedido desculpas públicas:
-Presidente, sem querer embaracei o governo...
Bem-humorado, Lula valeu-se das palavras da própria
ministra para tranqüilizá-la:
-Marta, relaxa e goza!
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