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Tortura Nunca Mais defende reparação e critica comandante
DA REPORTAGEM LOCAL
A presidente do grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro, Cecília Coimbra, apóia a decisão da Comissão de Anistia:
"Lamarca teve a sua família
destroçada pelo Estado".
Ela avalia que a medida é justa, mas limitada. "A reparação
financeira é o mínimo. É preciso resgatar a memória das pessoas. Mas isso não é feito no
Brasil. Essas reparações têm
servido de cala-boca. Concede-se a pensão e se julga que a página foi virada. Não se vira uma
página da história desse jeito.
Em momento algum o Estado
brasileiro pediu desculpas".
Suzana Lisboa relatou o caso
de Carlos Lamarca em 1996,
quando estava na Comissão Especial dos Desaparecidos Políticos, e criticou o general: "Lamentável é que o Estado tenha
assassinado tantas pessoas".
"O Brasil nunca teve comissão de verdade nem a verdadeira reparação, que é saber quem
matou e torturou e, depois, punir quem cometeu os crimes.
Em vez de fazer essa declaração, o general deveria ajudar a
procurar os desaparecidos, até
para mostrar que é diferente
dos generais da ditadura."
Segundo Flávia Piovesan, integrante do Conselho de Defesa
dos Direitos da Pessoa Humana, a indenização é "correta e
justa e celebra de forma amadurecida a forma como tratamos o nosso passado".
Antônio Carlos Malheiros,
da Comissão de Justiça e Paz da
Arquidiocese de São Paulo, rejeita a tese de que não caberia
indenização porque Lamarca
morreu em combate: "Ele estava doente, foi assassinado, não
teve chance alguma de reação.
O Exército tem todo o direito
de se expressar, mas não pode
mudar essa decisão, que foi absolutamente correta".
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