São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2005

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Líder do PFL levanta suspeita sobre petistas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), fez um levantamento em que diz que assessores e familiares de deputados petistas e até um parlamentar do partido estiveram na única agência do Banco Rural em Brasília, principalmente entre 2003 e 2004.
O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) disse que o "mensalão" era pago nesta agência, localizada em um shopping de Brasília.
A assessoria de Maia, que fez o levantamento, admitiu que não checou se os nomes encontrados poderiam ser de homônimos. O próprio Rodrigo Maia disse que seu motorista também foi à agência, para pagar um boleto de posto de gasolina.
Em alguns dias em que há visitas de supostos familiares e assessores de deputados petistas, segundo o levantamento de Maia, o Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) registrou saques de até R$ 200 mil de contas de empresas do publicitário Marcos Valério, acusado de ser o "operador" do mensalão.
A denúncia foi veiculada ontem à noite pelo "Jornal Nacional". No levantamento, uma pessoa chamada Jair dos Santos esteve cinco vezes na agência do Rural -em duas delas (dias 18 e 25 de setembro de 2003), o Coaf registrou saques de R$ 550 mil. Uma pessoa com o mesmo nome trabalharia para o deputado Vicentinho (PT-SP), segundo o pefelista. Vicentinho não foi localizado ontem.
Em maio do mesmo ano, duas pessoas que seriam funcionários do deputado Paulo Delgado (PT-MG) -Francisco da Silva Neiva Filho e Raimundo Ferreira da Silva- também estiveram na agência bancária, de acordo com registros da portaria do shopping. Silva esteve no banco no dia 29 de março, quando houve saque de R$ 200 mil. Delgado também não foi encontrado ontem à noite.
No mês seguinte, Anita Leocádia Pereira, lotada no gabinete do líder do PT na Câmara, Paulo Rocha, compareceu à agência. Cinco meses depois, Pereira compareceu novamente à agência -nesta data, saíram R$ 120 mil das contas da SMPB, agência de Marcos Valério. Rocha diz que sua funcionária foi a uma consulta numa clínica neurológica no mesmo prédio.
Márcia Regina Milanésio Cunha, casada com João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, esteve no Banco Rural três vezes em um mesmo dia -4 de setembro de 2003. Secretária do parlamentar, Silvana Paz Japiassu também foi à agência em abril de 2004 duas vezes. Cunha divulgou nota na qual diz que sua mulher esteve no Rural para pagar mensalidade de TV a cabo.
O presidente do diretório regional do PT na Bahia, Josias Gomes, foi o único parlamentar do partido que compareceu ao Banco Rural. Ele diz que foi negociar um empréstimo.
O levantamento cita ainda assessores de Sigmaringa Seixas (DF), Wasny de Roure (DF), Zezéu Ribeiro (BA) e Devanir Ribeiro (SP). Devanir disse que sua assessora trabalha em São Paulo e nunca vai Brasília. Sigmaringa disse que sua assessora descontou um cheque no banco. Roure e Zezéu não foram encontrados.


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